segunda-feira, 21 de abril de 2008

Igreja Católica

A Igreja Católica é a maior Igreja do Cristianismo, com mais de um bilhão de fiéis.

A Igreja define-se pelas palavras do Credo, como:

« una » porque nela subsiste a única instituição verdadeiramente fundada e encabeçada por Cristo para reunir o povo de Deus, porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo e porque tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade;
« santa » porque é a Noiva de Cristo "se tornará Esposa quando se derem as bodas celestiais" (Cristo entregou-se por ela), por sua ligação única com Deus, o seu autor, e que visa, através dos sacramentos, santificar, purificar e transformar os fiéis;
« católica » porque é universal, espalhada por toda a Terra, portadora da integralidade e totalidade do depósito da e nela está presente Cristo ("Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja Católica", citação de Santo Inácio de Antioquia);
« apostólica » porque ela é fundamentada na doutrina dos apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura.

A Igreja Católica é constituída por 23 Igrejas autônomas (sui juris), em ligação umas com as outras e subordinadas ao Papa que também é o Bispo de Roma, também chamado de Vossa Santidade, Sucessor do Apóstolo de Pedro e Vigário de Cristo, na sua qualidade de Sumo Pontífice da Igreja Universal (Católica), segundo a doutrina tradicional católica. Estas igrejas, dentro da sua autonomia, professam a mesma doutrina e fé, salvaguardada na sua integridade e totalidade pelo Papa. Mas, elas possuem diferentes particularidades histórico-culturais, uma tradição teológica e litúrgica diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas.

A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a Igreja Católica Latina, uma das 23 Igrejas autónomas da Igreja Católica.

O atual Papa é Bento XVI (nome de batismo Joseph Ratzinger) eleito em 19 de Abril de 2005. O Papa também é conhecido como sucessor do apóstolo Pedro, sendo este o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja Universal. O Papa é o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por instituição divina, teria poder, pleno, supremo, imediato e universal.

A história da Igreja Católica cobre um período de aproximadamente dois mil anos, é uma das mais antigas instituições religiosas em atividade, influindo no mundo em aspectos espirituais-religiosos, morais, políticos e sócio-culturais.

A Igreja Católica acredita ter sido fundada por Cristo e os católicos crêem que a Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado: "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e "Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (cf. Mt 16, 17-20) e depois da ressurreição o confirmou: "apascenta os meus cordeiros" (cf. Jo. 21, 15-17) e que teria apontado Pedro, e o seus sucessores como fundamento e cabeça visível de toda a Igreja.

A doutrina tradicional da igreja católica instituiu o que se chama de dogmas, sendo um dos mais importantes o dogma da Santíssima Trindade. Este dogma professa que Deus é simultaneamente uno (porque só existiria um Deus) e trino (porque estaria pessoalizado em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A doutrina professa também a divindade de Jesus, que seria a segunda pessoa da Trindade, e que a salvação é através da fé em Jesus Cristo e por amar a Deus acima de todas as coisas.

A doutrina Católica está expressa e resumida no Catecismo da Igreja Católica.

A doutrina católica professa que a Igreja constitui o Corpus Mysticum, em que Cristo seria a cabeça e os fiéis membros deste corpo único, inquebrável e divino para reunir toda a humanidade e antecipar a vida no Reino de Deus, caminhando juntos para a santidade. A doutrina católica professa que os cristãos não-católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável Dele através do Baptismo.

Os pontos de vista católicos diferem dos ortodoxos em alguns pontos, incluindo a natureza do Ministério de S. Pedro (o Papado), a natureza da Trindade e o modo como ela deve ser expressa no Credo Niceno-Constantinopolitano, e o entendimento da salvação e do arrependimento. Os católicos divergem dos protestantes em vários pontos, incluindo a necessidade da penitência, o significado da comunhão, a composição do Cânone das Escrituras, o purgatório e o modo como se atinge a salvação:

Os protestantes acreditam que a salvação se atinge apenas através da fé (sola fide), ao passo que os católicos acreditam que a fé deve ser expressa também através das boas obras. Esta divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação (na Reforma ensinava-se que "nos justificamos apenas pela fé"). O diálogo ecuménico moderno levou a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, anglicanos e outros.


Os Dez Mandamentos da Lei de Deus

Existem várias representações dos Dez Mandamentos (a Lei de Deus) devido à diversidade de traduções existentes. Aqui está uma representação inspirada no Livro do Êxodo (c. 20), embora com algumas adaptações, da versão de João Ferreira de Almeida (Ver no Wikisource):

  • 1º Amar a Deus sobre todas as coisas.
  • 2º Não tomar o Seu Santo Nome em vão.
  • 3º Guardar domingos e festas de guarda.
  • 4º Honrar pai e mãe.
  • 5º Não matar.
  • 6º Não pecar contra a castidade.
  • 7º Não roubar.
  • 8º Não levantar falso testemunho.
  • 9º Não desejar a mulher do próximo.
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias.

ou ainda:

  • 1º Não terás outros Deuses diante de mim.
  • 2º Não farás para ti imagem de escultura.
  • 3º Não usar o santo nome de Deus em vão.
  • 4º Lembra-te do dia de Sábado para o santificar.
  • 5º Respeite seu pai e sua mãe.
  • 6º Não matarás.
  • 7º Não adulterarás.
  • 8º Não furtarás.
  • 9º Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias.

Aqui está mais uma versão, ensinada actualmente na catequese de língua portuguesa da Igreja Católica:

  • 1º Amar a Deus sobre todas as coisas.
  • 2º Não invocar o Santo Nome de Deus em vão.
  • 3º Guardar domingos e festas de guarda.
  • 4º Honrar pai e mãe.
  • 5º Não matar.
  • 6º Guardar castidade nas palavras e nas obras.
  • 7º Não roubar.
  • 8º Não levantar falsos testemunhos.
  • 9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.
  • 10º Não cobiçar as coisas alheias.

Dentro da fé católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que concedem graça santificadora sobre quem os recebe. A Igreja Católica tem sete sacramentos:

  • Batismo é dado às crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote).
  • Confissão ou Penitência ou Reconciliação envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus).
  • Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na celebração. A crença católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no Sangue de Cristo chama-se transubstanciação.
  • Na Confirmação ou Crisma, o presente do Espírito Santo que é dado no baptismo é "fortalecido e aprofundado" (veja o Catequismo da Igreja Católica, para. 1303) através da imposição de mãos e da unção com óleo. Na maior parte das igrejas de Rito latino, este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do Crisma é geralmente executado por um padre imediatamente depois do baptismo.
  • Sagrado matrimónio.
  • As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar para o sacerdócio e, no rito latino (ou ocidental), envolvem um votocastidade enquanto que nos ritos orientais, os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de sacerdote e o de bispo. de
  • A Unção dos enfermos era conhecida como "extrema unção" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos.

Cinco Mandamentos da Igreja Católica

  1. Participar da Missa aos Domingos e outras festas de guarda, ficando livre de trabalhos e de actividades que pudessem impedir a santificação desses dias.
    Na maior parte dos países ocidentais católicos os dias santos de guarda são:
    Santa Maria, Mãe de Deus - 1 de janeiro
    Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) - data variável entre maio e junho: 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade
    Imaculada Conceição de Maria - 8 de dezembro
    Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 25 de dezembro
  2. Confessar-se ao menos uma vez por ano.
  3. Receber o sacramento da Eucaristia, pelo menos pela Páscoa.
  4. Abster-se de comer carne e observar o jejum nos dias estabelecidos pela Igreja.
    Dias de jejum: Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa.
    Dias de abstinência de carne: sextas-feiras da Quaresma.
  5. Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades
    Estes cinco mandamentos, na sua forma atual, foram promulgados em 2005 pelo Papa Bento XVI, quando suprimiu o termo "dízimos" do quinto mandamento (pagar dízimos conforme o costume), cujo sentido real era, obviamente, contribuição, não taxação.

    Estrutura e Cargos


A Igreja Católica tem uma estrutura hierarquizada. O seu Chefe é o Papa, Sumo Pontífice da Igreja Católica Universal. A expressão "Santa Sé" significa o conjunto do Papa e dos dicastérios da Cúria Romana, que o ajudam no governo de toda a Igreja. O Papa é eleito, aconselhado e assistido pelo Colégio dos Cardeais, conhecidos também como Príncipes da Igreja. Na Igreja latina e em algumas das orientais, só o Papa pode designar os membros da Hierarquia da Igreja acima do nível de presbítero. Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada de Cúria Romana.

A autoridade do Papa vem da fé de que ele é o sucessor directo do Apóstolo Simão Pedro, conforme o Evangelho de Mateus 16,18-19 , chamado Príncipe dos Apóstolos, e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:

  • Papa, líder da Igreja Católica (ou Igreja Universal) e também Bispo de Roma, possuidor do Pastoreio de todos os cristãos, concedido por Nosso Senhor Jesus Cristo. A sucessão dos Papas, desde Pedro, possuiu sua sede em Roma, a chamada cátedra de Pedro. Por isso, o Papa (Bispo de Roma), herda toda autoridade (Jurisdição Universal) depositada nessa cátedra e além de Bispo de Roma, é também Chefe de toda a Igreja Universal, exercendo assim o Pastoreio Universal. Os que o assistem e aconselham na liderança da Igreja são os Cardeais. Aos papas, no seio da Igreja Católica, atribui-se infalibilidade, desde o Concílio Vaticano I, em 1870. Por essa prerrogativa, as decisões papais em questões de fé e costumes são infalíveis.[4]
  • Patriarcas são normalmente títulos possuídos pelos líderes das Igrejas Católicas Particulares Orientais sui juris, que, com os seus sínodos, constituem a instância suprema para todos os assuntos dos Patriarcados Orientais, não excluído o direito de constituir novas eparquias e de nomear Bispos do seu rito dentro dos limites do território patriarcal, salvo o direito inalienável do Romano Pontífice de intervir em cada caso. Estes patriarcas são eleitos pelos respectivos sínodos das Igrejas Orientais e depois reconhecidos pelo Papa. Mas alguns dos grandes arcebispos da Igreja Latina também são chamados Patriarcas; entre estes contam-se o Arcebispo de Lisboa e o Arcebispo de Veneza, mas eles não têm o poder que os Patriarcas Orientais possuem;
  • Bispos (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores directos dos doze apóstolos. Receberam o todo do sacramento da Ordem;
  • Presbítero (Monsenhor é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais): colaboradores dos bispos, que não o mesmo nivel de jurisdição completa sobre os fiéis.
  • Diácono: possui o primeiro grau do Sacramento da Ordem. É ordenado não para o sacerdócio, mas para o serviço da caridade da proclamação da Palavra de Deus e da liturgia. Auxilia directamente os presbíteros e bispos. Os ministros aqui citados fazem parte do clero.

Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão eucarística, Ministro da Palavra e Acólito (desde o Concílio Vaticano Segundo, o cargo de sub-diácono deixou de existir).Estas funções tomados em conjunto não fazem parte do clero, pois são conferidas aos leigos, uma vez que, para entrar para o sacerdócio, é preciso ao cristão receber as Ordens Sagradas. As ordens religiosas têm a sua própria hierarquia e títulos específicos.

O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado Conclave). Cada Papa continua no cargo até a sua morte ou até que abdique (o que aconteceu poucas vezes, e nunca desde a Idade Média).

O Colégio dos Cardeais é um conjunto de bispos católicos que são conselheiros especiais do Papa. Um presbítero (padre) pode ser nomeado Cardeal, desde que se "distinga em fé, moral e piedade". Se um cardeal que ainda não tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação episcopal mais tarde. (ver a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis[1]) Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito de votar para eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os escolhidos para serem cardeais são quase sempre bispos, mas no entanto o Papa concedeu no passado a presbíteros destacados (por exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem a idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na cúria, que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.

Organização por região

A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a diocese (chamada eparquia nas Igrejas Orientais). Estas correspondem geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, que é um dos símbolos principais do seu cargo. Dentro da diocese ou eparquia, o bispo exerce aquilo que é conhecido como poder ordinário, ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. (Os membros de algumas ordens religiosasarquidioceses ou arquieparquias e são chefiadas por um arcebispo metropolitano. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o bispo é frequentemente assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas (ver Ordinariato Militar). são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles.) Embora o Papa nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades, um bispo tem bastante independência na administração de uma diocese ou eparquia. Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas

Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como províncias eclesiásticas, cada uma das quais era chefiada por um arcebispo metropolitano. Existem também as conferências episcopais, geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. A autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no Concílio Vaticano Segundo, no documento Christus Dominus.

As dioceses ou eparquias são divididas em distritos locais chamados paróquias. Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-suficientes; uma igreja, freqüentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada "missão".

A Igreja Católica sustenta muitas ordens (grupos) de monges, não necessariamente ordenados, e freiras que vivem vidas especialmente devotadas a servir Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus.

Liturgia e Prece

O ato de prece mais importante na Igreja Católica é a liturgia Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas; no entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, excepto na Sexta-feira Santa, pois neste dia não celebra-se a Missa em nenhuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da Bíblia, acto desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) e pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do Evangelho. Depois de concluídas as leituras, é feita a homilia por um padre ou diácono. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o Credo, que afirma as crenças ortodoxas do catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam na Carne e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão.

O Mistério de Cristo, sua Encarnação e sua Páscoa, que celebramos na Eucaristia, especialmente na assembléia dominical, penetra e transfigura o tempo de cada dia pela celebração da Liturgia das Horas, “o Ofício Divino” Esta celebração, em fidelidade às recomendações apostólicas de “orar sem cessar”, “está constituída de tal modo que todo o curso do dia e da noite seja consagrado pelo louvor de Deus” Ela constitui “a oração pública da Igreja”, na qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos) exercem o sacerdócio régio dos batizados. Celebrada “segundo a forma aprovada” pela Igreja, a Liturgia das Horas “é verdadeiramente a voz da própria esposa que fala com o esposo, e é até a oração de Cristo, com seu corpo, ao Pai”. A Liturgia das Horas é destinada a tornar-se a oração de todo o povo de Deus. Nela, o próprio Cristo “continua a exercer sua função sacerdotal por meio de sua Igreja”; cada um participa dela segundo seu lugar próprio na Igreja e segundo as circunstâncias de sua vida: os presbíteros, enquanto dedicados ao ministério da palavra; os religiosos e as religiosas, pelo carisma de sua vida consagrada; todos os fiéis, segundo suas possibilidades: “Os pastores de almas cuidarão que as horas principais, especialmente as vésperas, nos domingos e dias festivos mais solenes, sejam celebradas comunitariamente na Igreja. Recomenda-se que os próprios leigos recitem o Ofício divino, ou juntamente com os presbíteros, ou reunidos entre si, e até cada um individualmente”. Celebrar a Liturgia das Horas exige não somente que se harmonize a voz com o coração que reza, mas também “que se adquira um conhecimento litúrgico e bíblico mais rico, principalmente dos Salmos”. Os hinos e as ladainhas da Oração das Horas inserem a oração dos salmos no tempo da Igreja, exprimindo o simbolismo do momento do dia, do tempo litúrgico ou da festa celebrada. Além disso, a leitura da Palavra de Deus a cada hora (com os responsos ou os tropários que vêm depois dela) e, em certas horas, as leituras dos Padres da Igreja e dos mestres espirituais revelam mais profundamente o sentido do mistério celebrado, ajudam na compreensão dos salmos e preparam para a oração silenciosa. A lectio divina, em que a Palavra de Deus é lida e meditada para tornar-se oração, está assim enraizada na celebração litúrgica. A Liturgia das Horas, que é como que uma antecipacão para a celebração eucarística, preparando o fiel a participar da liturgia eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar as diversas devoções do Povo de Deus, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento.


O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecumênico da Igreja católica, foi aberto sob o papado de João XXIII no dia 11 de outubro de 1962 e terminado sob o papado de Paulo VI em 8 de dezembro de 1965. Nestes três anos, com grande abertura intelectual se discutiu e regulamentou temas pertinentes à Igreja católica, sempre visando a um melhor entendimento de Cristo junto à realidade vigente do homem moderno. Este melhor entendimento de Cristo, foi e é a verdadeira hermenêutica do CVII. Hermenêutica que nos dá o verdadeiro espírito do CVII e todos os concílios ecumênicos da Igreja católica. Na homilia de abertura do CVII aos padres conciliares, o Papa da época expõe sua intenção: “Procuremos apresentar aos homens de nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender e a ela espontaneamente assentir. Pois somos Pastores...” (João XXIII, 1962)[1]

O resultado desta procura pela verdade de Deus é sempre um melhor entendimento não só de Deus, mas também de todas as coisas do mundo. Um melhor entendimento, porem, não necessariamente implica em uma negação do que já se sabia. Assim, o CVII com seus resultados não marcou uma ruptura com o passado negando o que já se sabia, muito menos um afastamento das coisas presentes. Mas antes, João Paulo II, o grande, claramente ensina que “... graças ao sopro do Espírito Santo, o Concílio lançou as bases de uma nova primavera da Igreja. Ele não marcou a ruptura com o passado, mas soube valorizar o patrimônio da inteira tradição eclesial, para orientar os fiéis na resposta aos desafios da nossa época.” (JOÃO PAULO II, 1995) [2]

Sobre a dimensão doutrinal do CVII

Trata-se do primeiro Concílio que resolveu não promulgar nem definir. Foi um Concílio pastoral, não doutrinal, com o fim de encontrar novas soluções práticas para o cumprimento no terreno da mesma Doutrina da Igreja (dimensão pastoral). Não é dogmático embora tenha tratado de demonstrar-se pastoralmente sobre as temáticas dogmáticas. O valor do Concílio é a pastoralidade que deve servir fielmente a Doutrina e a Tradição da Igreja. O Papa lembrou no seu discurso do dia 22 de Dezembro de 2005 que há duas interpretações sobre este Concílio e que aqueles que olham o Concílio como uma não continuidade na tradição corre o risco de estar a criar um clima de ruptura com a Igreja. Depois dessa data muito foi melhorando na Igreja relativamente ao Concílio, pois muitos tinham aproveitado para cortar com os Concílios anteriores e fazer do CVII um "super-dogma" pelo qual a igreja se deveria reger. As propostas do CVII não podem ser confundidas com Doutrina ,mas sim, devem ser entendidas como aplicações praticas sob a luz da Doutrina. Trata-se do primeiro Concílio em que um católico não é obrigado por Fé a aceitar (pois não definiu nem promulgou infalivelmente alguma coisa).

Sobre o amor que o católico deve ter para com o CVII

Conhecer e amar a Igreja, para o católico, significa conhecer e amar a Cristo em Seu Corpo místico, assim como nos ensina Paulo VI, quando ele diz que “...amar a Igreja significa amar a Jesus Cristo, uma vez que a Igreja é Seu próprio Corpo místico.” (cf. PAULO VI, 196? apud FELIPE AQUINO)[3]

Considerando agora que um melhor conhecimento de alguma coisa, sempre possibilita um amor mais perfeito desta tal coisa, se entende também que um melhor conhecimento da Igreja, conduzirá a um amor mais perfeito para com a Igreja. Ora, os concílios ecumênicos católicos são a forma mais clara de se conhecer a Igreja católica uma vez que eles são a proclamação, disciplinar e dogmática, infalível da Igreja católica para determinada época da história. Assim, amando os concílios ecumênicos católicos e seus ensinamentos, ama-se de modo mais perfeito Aquela que os proclamou, a saber, a Igreja católica. As definições infalíveis e dogmáticas não são temporais, ou seja, dentro ou fora de um Concílio elas plasmam verdades imutáveis que fazem parte do depósito da Fé, Fé que é a crença nas Verdade reveladas e como tal o objecto da Fé é o conhecimento dessas mesmas verdades (Fé que é assistida pela graça). As verdades de Fé não têm possibilidade de evoluir ou regredir, embora elas sejam declaradas por força de circunstâncias temporais. Mas, como minha capacidade lógica é risível, eu produzo esta peça infeliz de literatura. E Deus disse: "Como tu escreves mal, moleque!".

Agora, entre todos os concílios ecumênicos católicos, o CVII foi o único que refletiu globalmente sobre a própria Igreja, visto que se tratou somente da dimenção pastoral, possibilitando ao católico conhecer melhor Aquilo que a própria Igreja é nesta bela dimenção. Neste contexto, o CVII é realmente um super concílio em números, pois os tempos forneceram possibilidades de viagens constantes e de movimentação dos média. Assim, quando o católico ama o CVII e seus ensinamentos, ele expressa melhor seu amor para com a própria Igreja, embora estes enssinamentos sejam apenas indicações pastorais e não ensinamentos prorpiamente ditos, diriamos antes que são forma de apontar a Doutrina da Igreja. Para o nosso tempo e de forma superabundante, conhecer o CVII é conhecer a Igreja Católica? Não, pois a Igreja é maior que todos os Concílios junto e não pode afirmar-se que ama-lo é ama-lA. (cf. JOÃO PAULO II, 1995) [2]

Sobre o entendimento que o católico deve ter para com o CVII

Depois de 40 anos do encerramento do CVII, em 2005, a expressão do Papa Bento XVI, é de gratidão: “Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce todavia, e cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio.”(BENTO XVI, 2005) [4]

E toda essa gratidão e reconhecimento dos frutos do CVII, se dá no bom católico que quando dócil à Fé que Cristo lhes concedeu, se subjuga à Tradição-Católica se subjugando à “Inteligência” da Igreja. Esta Inteligência de Cristo-Igreja é a Tradição-Católica que se expressa verbalmente em Seus ensinamentos, através do vigário de Cristo cá na terra, o Papa. Assim, é a Igreja católica, através do Papa, que quando se expressando, dá ao católico o entendimento da “justa chave de leitura e de aplicação” do CVII e inclusive de todos os documentos passados da Igreja. (conf. Msgr. GEORGE AGIUS, 1928)[5]

...se [...] lemos e recebemos [o CVII] guiados por uma justa hermenêutica, ele pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a sempre necessária renovação da Igreja.
BENTO XVI, 2005 [4]

Esta justa hermenêutica é a Tradição-Católica, ou melhor, a Inteligência de Cristo-Igreja que desde quando criada corre pela história do gênero humano como um rio de graças e dons, nos dando a entender aquilo que se deve entender a respeito de um Deus feito homem. Este Deus é Cristo que como um rio, desde o princípio do advento salvífico, juntamente e igualmente com a Igreja jorra fonte de vida e luz na pessoa humana do católico (conf. BENTO XVI, 2006)[6].

E como que no meio de tanta luz, e tanta graça, o Papa Bento XVI se pergunta: “...por que a recepção do Concílio, em grandes partes da Igreja, até agora teve lugar de modo tão difícil? Pois bem, tudo depende da justa interpretação do Concílio ou como diríamos hoje da sua correcta hermenêutica, da justa chave de leitura e de aplicação.” (BENTO XVI, 2005)[7]hermenêutica, este texto sobre o CVII prossegue usando do entendimento da Assim, limitado à resposta do Papa reinante, Bento XVI, e iluminado pela correta “justa chave de leitura e de aplicação”, abrindo portas para um futuro prometedor.

O Concílio Ecumênico Vaticano II constitui uma verdadeira profecia para a vida da Igreja; e continuará a sê-lo por muitos anos do terceiro milénio há pouco iniciado. A Igreja, enriquecida com as verdades eternas que lhe foram confiadas, ainda falará ao mundo, anunciando que Jesus Cristo é o único verdadeiro Salvador do mundo: ontem, hoje e sempre!
JOÃO PAULO II, 2000 [8]

Índice


O 21º. Concílio Ecumênico Vaticano II

Basílica de São Pedro, Vaticano

Basílica de São Pedro, Vaticano

[ Sobre a designação

Todos os concílios católicos são nomeados segundo o local onde se deu o concílio episcopal. A numeração indica a quantidade de concílios que se deram em tal localidade. Vaticano II portanto, indica que o concílio ocorreu na cidade-Estado do Vaticano, e o número dois indica que foi o segundo concílio realizado nesta localidade.

Sobre o Concílio

Concílios são, naturalmente, um esforço comum da Igreja, ou parte da Igreja, para a sua própria preservação e defesa, ou guarda e clareza da Fé. Assim, quando parte da Igreja se encontra em necessidade, ou está ameaçada, as autoridades eclesiásticas local talvez entendam como sendo prudente a convocação de um concílio. Neste caso, se convoca os Bispos pertinentes ao território que tal concílio pretende abranger. Este concílio, então, não obriga a todos os católicos vinculados a este território, pois trata-se apenas de um magistério episcopal, não universal, e só tem valor jurídico. (conf. Catholic Encyclopedia) [9]

Da mesma forma, existem momentos na história da Igreja, onde a necessidade de defesa se faz de modo universal. Como que atacada por erros ou situações contemporâneas em proporções globais, a autoridade universal da Igreja, na pessoa do Papa, se encontra persuadida a convocar um concílio universal ou global, isto é, um concílio ecumênico. A força do Concílio nao reside nas pessoas dos eclesiasticos mas sim nas circunstâncias do poder e da Lei legada: o Papa como pastor universal declarar algo como sendo próprio das Verdades reveladas, e fora disso o Concílio tem apenas poder sinodal.

[editar] Documentos

Constituições

Declarações

Decretos



Nenhum comentário: