sábado, 3 de abril de 2010

A Paixão de Cristo em Nossa Vida



termo pascha significa passagem e indica o rito do cordeiro pascal, graças a cujo sangue o anjo destruidor passou diante das casas dos hebreus, mas não lhes fez mal algum. A semana da Páscoa-passagem não é uma semana de sofrimento inútil mas, ao contrário, de sofrimento-passagem, de sofrimento pascal, cuja força, luz e esplendor vêm-nos do sangue do Cordeiro imolado na cruz. Esse é o motivo pelo qual devemos sofrer juntos esta semana da Paixão. Todavia, o ir-além graças ao poder do sangue de Jesus significa que, por meio do sofrimento, nós passamos de uma vida a outra, de uma fé a uma outra.

Cada vez que celebramos os acontecimentos da semana da Paixão, devemos vivê-los como ocasiões irrepetíveis que nos são oferecidas para obtermos uma vida mais rica de energias. Durante esta santa semana ouviremos mais vezes como o Senhor revelou a seus discípulos o secreto plano de amor que, por decisão pessoal, decidira levar à realização em sua pessoa, como expressão de um amor mudo e escondido.

Eis que vamos subir a Jerusalém...
e o Filho do homem será entregue aos pagãos,
que o matarão.

(Lc 18, 31-32)

Os discípulos ficaram tristes ao ouvir estas palavras e algum deles condenou esse projeto: eles não podiam perceber-lhe a enorme grandeza. Mas vós, irmãos, vós que contemplastes a grandeza da salvação e do amor, conseqüência de tal bendito plano - o plano de subir a Jerusalém onde o Filho do homem devia ser preso, insultado e depois morto - como poderíeis opor-vos a esse plano? Quem poderia ouvir falar desse mistério divino - o mistério da entrega total ao Pai - sem desejar realizá-lo, seguindo os passos do Senhor no caminho do Gólgota?

Assim como, externamente, existe apenas sofrimento e aflição, na ressurreição há alegria, força, ascensão ao céu. E então, quem haveria de rejeitar viver com o Senhor a semana do sofrimento pascal? Quem quereria ainda retroceder, julgando muito alto o preço para tão grande salvação? É um plano cuja vitória está garantida de modo absoluto: façamo-lo nosso, todos juntos, com amor e fé, cada um segundo as próprias capacidades.

Portanto, avancemos juntos ao longo do caminho do Calvário, cumprindo a semana da Paixão em vista da passagem. Prometa cada um, no seu coração, percorrer o caminho: para cada um existe um trajeto particular, um sofrimento e um amor reservados a ele. Mas todos, todos, vamos além, sem que ninguém se retire ao longo do caminho, semelhantes a uma fila única, porque os nossos passos foram marcados com o sangue de um único Cordeiro. É uma ação santa em Espírito e poder. A Páscoa, eis o que temos ardentemente desejado: um passar além do olhar do anjo destruidor, um passar das trevas e da loucura do pecado, do estar sentados nas panelas do desejo, uma passagem da escravidão e da humilhação do faraó à luz, à salvação, à libertação que nos foram dadas por meio do sangue de Cristo.

Como é rica a glória da semana da Vítima pascal em que nos é dado realizar esta passagem! De agora em diante, transformemo-la em sofrimento por causa do amor, acolhido espontaneamente; nesta semana molhemos com lágrimas o nosso pão, lavemos com o pranto nosso leito, sem conceder sono às nossas pálpebras enquanto não passarmos além do vale de treva e de morte, de modo que Cristo possa resplandecer em nós na sua ressurreição. Ele voltou o semblante para Jerusalém, absolutamente decidido a realizar este desígnio; ofereceu a face aos insultos e as costas aos flagelos; não teve nenhuma hesitação em ir adiante, até a imolação.

Assim, abriu-nos a porta e ofereceu-nos seu projeto: a nós, basta segui-lo!

Um modo novo de ver o sofrimento

Cristo tinha mostrado sua suprema autoridade sobre a morte fazendo ressuscitar dos mortos a Lázaro, e Maria tinha ungido seu corpo com um ungüento precioso, gesto que o Senhor considerou como uma verdadeira unção em vista da morte. Após esses fatos, Cristo caminhou para a cruz, a fim de cumprir o evangelho e realizar a obra para a qual viera, enfrentando o sofrimento e a morte voluntária.

Mas, demos agora uma olhada no primeiro e último dos sete milagres realizados pelo Senhor - no evangelho segundo João - pois eles estão intimamente ligados entre si.

O primeiro dos sinais realizados por Jesus, acontece na casa de pessoas que o amavam e entre gente disposta a nele crer: foi nas núpcias em Caná da Galiléia, onde o Senhor mudou a água em vinho bom, em resposta ao pedido apresentado pela virgem Maria, sua mãe.

No final, encontramo-nos ainda na casa de pessoas amadas: Lázaro, Maria e Marta, pessoas entre as mais leais entre os que acreditavam nele. Jesus, por causa da súplica de Maria, a irmã de Lázaro, restituiu a vida a seu amigo. É aqui que manifestou a sua glória, como anota o evangelho. No primeiro milagre, a única objeção à súplica da Virgem foi que sua hora ainda não tinha chegado. Mas agora, após três anos ou mais, a hora chegou, e não há mais lugar para alguma objeção frente aos milagres que realizaria. Também nesta ocasião, o evangelho nos avisa que Jesus revelou a sua glória. Acontece sempre assim: somente naqueles que crêem nele e em ninguém mais, Jesus encontra as ocasiões mais adaptadas para realizar os seus sinais e manifestar a sua glória.

Exatamente após ter mudado a água em vinho, Jesus imediatamente começou a ensinar como operar a transformação do próprio homem com um novo nascimento do alto, do céu, da água e do Espírito, introduzindo-o numa vida nova, eterna: somente com dificuldade Nicodemos poderia captar esta verdade. Do mesmo modo, ressuscitando Lázaro dos mortos, Jesus deu um sinal visível de sua capacidade de ressuscitar os mortos ou, em outros termos, de operar uma transformação total. Aqui a dificuldade atinge o ápice, também para aqueles que o rejeitavam: era tal sua falta de fé que, daquele momento em diante, conspiraram para matar tanto Lázaro quanto Jesus.

Assim, os espasmos da morte começam bem antes da cruz. Mas, que paradoxo! A paixão do Senhor começa logo após ele revelar sua identidade! Ingressa em Jerusalém como o Rei de Israel, o senhor do templo ou, segundo as profecias, como aquele que logo entrará em seu templo (Ml 3,1); mais adiante anota a profecia: Mas, quem poderá suportar o dia de sua vinda? (Ml 3,2).

Para dizer a verdade, os chefes dos sacerdotes e todos os doutores da lei, juntamente com os guardiães das coisas sagradas e do ensinamento, não poderiam suportar tal espetáculo! Não porque Jesus tivesse entrado em Jerusalém e no templo com uma tão grande glória, mas exatamente pelo motivo oposto: porque tinha entrado manso e humilde, cavalgando um jumento, e isso desiludia todas as suas espectativas.

A paixão de Cristo começou com uma rejeição absoluta, uma humilhação e um ódio extremos. Vem manso e humilde, e isso era incompatível com os sonhos de Israel mas, neste modo, Cristo passou pelo caminho estreito. Realizava-se nele a profecia: “Rejeitado das nações, servo dos poderosos” (Is 49,7).

Assim começa, ainda hoje, o caminho da cruz para aqueles que aderem à verdade. E aqui aparece o paradoxo desde sempre odiado pelas autoridades: ouvir a verdade da boca de um fraco é algo que não podem tolerar.

Com grande sabedoria, portanto, a Igreja pôs como início da semana da Paixão o domingo de Ramos, reinvocando o dia em que a honra e a acolhida demonstradas a Jesus atingiram o ápice, o dia em que a igreja proclama: “Hosana no altos dos céus, Rei de Israel. Bendito aquele que vem no nome do Senhor”. Contudo, ao mesmo tempo, a Igreja começa a cantar os salmos com tons de lamento e a proclamar o evangelho com uma melodia extremamente comovente, que fere o coração, enquanto os sinais da Oblação estão ainda ali, sobre o altar.

É deveras surpreendente! Mas essa é a consciência que a Igreja tem de Cristo, ou melhor, do evangelho. É um paradoxo que vai além da razão, no qual o desconforto e a aflição mais extremos misturam-se com a máxima alegria e esperança! A igreja tem consciência de que a rejeição de Cristo, por parte dos chefes dos sacerdotes, o infligir-lhe o mal, insultá-lo, anulá-lo na cruz, exatamente essas coisas dão origem a uma alegria inefável e elevada com vistas à salvação eterna.

A aceitação do sofrimento

Talvez a realidade mais profunda que pode ser sondada pelo cristão, ao refletir sobre a paixão e a crucifixão, é que a cruz, para Cristo, foi um ato voluntário e bem aceito: Por acaso não devo beber o cálice que meu Pai me deu? (Jo 18,11). Mas, não é só, pois os sofrimentos e a crucifixão não eram somente voluntários e bem aceitos, mas tinham-se tornado um escopo e um fim, para cuja realização Cristo tinha vindo: Para isso cheguei a esta hora (Jo 12,27).

Isso nos induz, enquanto cristãos, a interpretar o sofrimento nestes termos: o cristão que verdadeiramente crê na cruz não deve abusar da própria liberdade para evitar o sofrimento. Quem sondou a profundidade e os mistérios da cruz, concebe o sofrimento como uma parte integrante de sua fé: espera-o como uma herança apetecida, um desafio que realiza feliz, um fim pelo qual trabalhar sem medo.

Narra a tradição que um grande medo tomou conta de Pedro quando Nero, diante de sua proclamação de fé, pronunciou contra ele a sentença de morte por crucifixão. Pedro livrou-se dos guardas e fugiu. Mas o Senhor apareceu-lhe em visão e lhe perguntou: “Para onde vais, Pedro? Queres que eu seja crucificado por ti mais uma vez?” Pedro então foi tomado pela vergonha e afligido por uma amarga dor: como pôde realizar um ato tão vergonhoso e trair a cruz de seu Mestre? Assim, imediatamente, retornou à cidade e entregou-se espontaneamente aos carnífices.

Com isso, a tradição oferece à nossa fé um elemento de extrema importância: quem se subtrai ao próprio cálice e à sua parte no sofrimento, nada mais faz do que privar-se a si mesmo da parte que lhe cabe no sofrimento de Cristo; é como se tivesse necessidade de que Cristo fosse novamente crucificado por ele.

A mão amorosa que estende o cálice do sofrimento

Os olhos de Cristo nunca deixaram de reconhecer a mão que lhe oferecia o cálice do sofrimento. Cristo nunca prestou atenção às mãos malvadas que movimentavam o martelo e os pregos. Nem deu atenção aos grosseiros e rancorosos rostos dos chefes dos sacerdotes que urlavam: Crucifica-o, crucifica-o! (Jo 19,6). Olhou menos ainda para Pilatos, como se fosse uma autoridade que pronuncia a sentença de morte pela crucifixão. Do mesmo modo, seus ouvidos não prestaram atenção alguma aos insultos e às palavras de desprezo que saíam das bocas dos malvados e vingativos fariseus, guardas da lei e do sábado. Seus olhos estavam fixos unicamente na mão do Pai, a única que realmente movimentava o martelo e os pregos. Seus ouvidos somente prestavam atenção à voz do Pai, enquanto pronunciava a sentença de flagelação e de crucifixão. Cristo dissera a Pilatos com extrema clareza: Tu não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do alto (Jo 19,11).

Pilatos pensava que estavam incluídas nas suas faculdades libertar o Senhor e não crucificá-lo. E foi exatamente aqui que Cristo repreendeu-o asperamente, pois isso nada mais era que uma pura ilusão. Foi Jesus, e não Pilatos, quem decidiu o desenvolvimento de todo o processo, da acusação à defesa, à sentença. Na verdade, Pilatos estava executando aquilo que o céu lhe ditava! Nada contava a desonesta sentença do sinédrio ou a corrupta lei romana: de fato, a sentença de sofrimento e de morte na cruz, em primeira e última instância, tinha sido derramada e misturada com o amor num único cálice, por obra do Pai que amava o Filho antes da fundação do mundo. E a origem deste cálice era exatamente o amor de Deus pelo mundo! Por isso, não era tão amargo como poderia aparecer nem estava misturado, apesar das aparências, ao ódio do Maligno ou à intriga dos hipócritas. Pelo contrário, era uma parte escolhida da herança oferecida pela mão do próprio Pai e continha em si a essência do amor, da ressurreição e da vida.

Para captar em toda a sua grandeza esse exemplo de aceitação do sofrimento, devemos buscar exemplos mais modestos, com suas pequenas cruzes. Um modelo desse tipo poderia ser José, o jovem bendito de Deus que não guardou nenhum rancor pelos irmãos que o tinham atirado num poço e depois o venderam por dinheiro para que fosse levado para longe, em exílio solitário, no Egito. Ele ergueu o coração e os olhos a Deus, julgando que aquele fosse seu destino, proveniente diretamente da mão de Deus. José não viu a pérfida mão violenta do irmão que o suspendia com as cordas nas profundezas do poço, enquanto discutiam o preço de seu sangue, pelo qual o haviam vendido aos ismaelitas. Em tudo isso, de fato, nada mais viu do que a mão invisível, a mão do próprio Deus que tecia numa única trama todos esse acontecimentos. Finalmente, sendo manifesta a torpe ação de seus irmãos, ouvimos José que os consola dizendo: Não fostes vós quem me mandou aqui, mas Deus... Embora tenhais tramado o mal contra mim, Deus decidiu transformá-lo num bem (Gn 45,8; 50,20).

Cristo veio para elevar experiências menores e exemplos individuais como esse ao curso universal dos acontecimentos, à lei divina, à grande cruz da redenção, à aliança entre Deus e a humanidade. Cristo assinou o pacto com o seu sangue e deu seu Espírito Santo como garantia. Essa aliança consiste na presença da mão mais misericordiosa que pode existir, a mão de Deus, por detrás de cada golpe desferido contra nossa tenda terrena. Exatamente ali, a sua mão está estendida para desenvolver a função do puro amor! A mão traspassada de Cristo, na qual estava antecipadamente escrito o nosso nome, tornou-se garantia da nossa salvação: de nossos sofrimentos e de nossas dores quotidianas (que parecem devidas ao acaso), das perseguições que sofremos da parte de quem nos oprime e da ingratidão daqueles com os quais nos preocupamos a cada dia, Deus faz emergir uma dulcíssima cruz, que traz para nós a semente da vida eterna, uma cruz que possui o doce sabor de Cristo, à semelhança de sua cruz gloriosa.

«Perdoa-lhes»

Cristo aceitou o cálice que lhe foi trazido pela mão do Pai com toda a infâmia, o opróbrio, a desonra e o sofrimento até a morte, de que estava cheio. Aceitou-o como se fosse amor, amor absoluto, livre de qualquer dúvida ou lamento, de qualquer reprovação ou gemido. .Desta aceitação não existe prova mais eloqüente do que as palavras de Cristo: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23,34). Jesus pronunciou-as na última hora, quando a dor tinha se tornado extrema e o opróbrio tinha atingido o cume, imediatamente antes de ele morrer.

Se os olhos de Cristo não permanecessem fixos na mão do Pai que segurava o cálice do sofrimento e da morte, Cristo não poderia fazer outra coisa senão ver as dores que o circundavam, a louca hostilidade, o desprezo e a alegria malévola, a extrema opressão, toda a loucura com que o diabo incitou os chefes, os anciãos do povo e o discípulo traidor.

Assim, o mandamento que Cristo nos deu para que em nossas orações pedíssemos o perdão para aqueles que pecaram contra nós, não se apóia no vazio, nem é semelhante às ordens da lei, na realidade incapazes de redimir ou garantir a salvação. Pelo contrário, o mandamento de Cristo, fundamentado na obediência ao amor de Deus, amadurece no horizonte impressionante da cruz, daquela cruz que ele nos mandou carregar no seguimento e na imitação dele.

Por isso, quem decidiu carregar a cruz de Cristo deve antes de tudo evitar cair no engano daquelas mãos grosseiras que crucificaram as suas esperanças e os seus sentimentos. Tampouco deve deixar-se desorientar pela malvadeza daqueles que lhe estão preparando uma emboscada, ou pelas intrigas do Maligno. Apenas deve ter os olhos fixos na mão amorosa e compassiva que lhe colocou às costas o jugo da cruz - juntamente com todos os instrumentos que acompanharam a crucifixão de Cristo -, considerando-o como uma parte da herança que lhe foi destinada, estabelecida nos mínimos detalhes e de acordo com o decreto fixado pelo amor de Deus, que a tudo mede com o metro da glória de Cristo. Isso significa que, por mais pesada que possa ser a nossa cruz e por mais que o inimigo possa avançar (com a cumplicidade dos agentes de iniqüidade) para torná-la pesada, de qualquer modo, o fardo colocado sobre nossas frágeis costas, apesar disso, a mão divina, por sua vez, mede também a porção que nos é reservada no peso correspondente de glória na cruz de Cristo. Isso acontece de tal modo que, se - mesmo por um instante - fosse tirado o véu que nos cobre os olhos e que o inimigo tece contra nós em momentos deste gênero, a ainda junto a isso fossem tiradas a fraqueza da alma, o nojo e o cansaço dos nervos, imediatamente compreenderemos que o leve peso desta cruz, unido à nossa leve e momentânea aflição, na realidade criou, como atesta o Espírito, um eterno peso de glória, colocado diante de nós nos céus e visível ao nosso espírito exatamente no profundo do coração. É esta verdade que torna realmente mais fácil perdoar os outros de todo o coração; mais ainda, permite-nos ir bem além, até chegar à oração e ao amor por todos aqueles que pecaram contra nós e nos fizeram mal, qualquer que seja este mal ou ofensa, fosse mesmo a morte.

A vida eterna, com todos os seus esplendores e sua glória, está escondida no mistério da suave, pequena cruz, que o Senhor colocou em nossas costas!

A hostilidade é inevitável

Apenas surge o extraordinário poder de Cristo e se manifestam seus milagres e, por toda parte, se difundiram suas ações e obras que tanto chamaram a atenção pelo seu esplendor, imediatamente os sumos sacerdotes, os escribas, os fariseus e quantos se serviam da religião para conseguir com o que viver, passaram a levantar suspeitas em relação a ele, depois a atacá-lo e, sucessivamente, fazê-lo cair em suspeita de erro nas palavras e ações. No fim, nada mais lhes restava do que conspirar em segredo, tramando com muita pressa para eliminar esse estranho, caso não quisessem se arriscar a perder o prestígio e ver aumentar a indiferença com relação a si, como o próprio sumo sacerdote declarou. Deve ser absolutamente claro aos nossos olhos que a causa direta de sua tomada de posição contra Cristo, da resistência que culminou na crucifixão, pode ser resumida numa frase: o fulgurante sucesso de Cristo, seu sucesso em elevar o ânimo das pessoas e sua compreensão da lei, em infundir alegria nas pessoas homens em geral e nos pecadores em particular, no marginalizado, humilhado, rejeitado, afastado, no doente atingido por uma doença sem esperanças e naqueles possuídos por poderes diabólicos.

O sucesso de Cristo, seu amor, sua compaixão e sua mansidão foram a causa de todos os sofrimentos suportados e da crucifixão: isto do ponto de vista do mundo. Pelo que se refere a Deus Pai, é verdadeiro exatamente o contrário: na cruz, o plano do Pai e o consentimento plenamente obediente e alegre do Filho se revelaram salvação para o mundo: deste modo, quem crê em Cristo e na sua paixão, não morrerá. A cruz é a nova arca que transporta toda espécie de viventes; ainda hoje ela atravessa o dilúvio do mundo e os terríveis horrores de morte, até levar a salvo seus passageiros ao porto celeste, o mundo da paz eterna.

A mesma hostilidade manifestada pelas potências das trevas e de seu príncipe nos confrontos do Cristo Salvador ainda permanece, juntamente com o desprezo daqueles que o crucificaram, sacerdotes ou anciãos, levados por motivos de interesse pessoal ou por seu fanatismo cego. Esta maldade, esta loucura e este cego fanatismo encontram ainda um alvo em todos aqueles que abraçam o testemunho e o seguimento de Cristo na própria vida.

O sofrimento é o nosso caminho rumo à glória

Bem-aventurados os aflitos
porque serão consolados.
Bem-aventurados aqueles que estão crucificados,
porque serão transfigurados.
Bem-aventurados aqueles
que estão completamente abandonados,
porque reinarão.
Bem-aventurados aqueles que têm fome
e sede da justiça,
porque serão saciados.

Todos os seus sofrimentos serão esquecidos e suas lágrimas enxugadas: em seu lugar uma luz indicará os horrores suportados e o mistério da glória que deles nasceu. A grandeza da força humana do ânimo será revelada juntamente com o poder das ações misericordiosas de Deus, pois o sofrimento aparecerá pequeno e insignificante em comparação com a glória que dele deriva. Cada um de nós verá que o sofrimento era uma cilada sacra preparada por Deus para nos prender e conduzir-nos à glória: suportar o sofrimento, de fato, aproxima-nos mais de Deus do que os atos de culto.

Um santo narra que, em visão, viu um grupo de mártires resplandecentes de glória mais do que os anjos que apareceram junto com eles. Coroas de flores vermelhas ornamentavam o pescoço daqueles que tinham sido decapitados: dispostas exatamente no lugar em que a espada os tinha atingido, elas resplandeciam e brilhavam com um esplendor maior do que qualquer outra luz na visão.

Para Cristo, o mistério da cruz é o mistério de sua glória. O oprimente sofrimento que o Senhor suportou, o tormento interior diante da injustiça e da aberração de seu processo, o abandono de seus discípulos, a traição de Judas e a certeza de que os sumos sacerdotes tinham-se colocado de acordo com um de seus discípulos para avaliar sua vida em apenas trinta moedas de prata, tudo isso era um caminho através do qual Cristo pôde abandonar o mundo das vaidades passageiras para entrar na glória do Pai. E o homem, em todo tempo e lugar, deve percorrer o mesmo caminho. A cruz e seu enorme sofrimento não podem ser comparados com a glória deles derivada. A cruz não foi um acaso na vida do Senhor: ele nasceu para a cruz: Foi para isso que cheguei a essa hora (Jo 12,27). O homem nasceu para o sofrimento e o sofrimento nasceu para o homem. Mas, ao mesmo tempo, a cruz não foi um peso irrevogável imposto ao Senhor: suas próprias palavras nos fazem entendê-lo - e nós estamos seguros disso em consideração de sua santidade e divindade. Ele próprio fez a cruz se tornar um acontecimento irrevogável para sua vida: Por acaso não devo beber o cálice que o Pai me deu? (Jo 18,11) - para condividir conosco a inevitabilidade dos sofrimentos. Deus manifestou-se a si mesmo, na pessoa de Cristo seu Filho, como alguém obrigado a sofrer, a ponto de tornar o sofrimento aceito por obrigação igual ao sofrimento voluntariamente escolhido, de modo que nenhuma pessoa no mundo fosse privado da misericórdia de Deus e de modo que a cruz pudesse ser dilatada até a incluir todos aqueles que sofrem injustamente.

A realidade da dor é uma grande pedra de tropeço para a mente humana, que não pode aceitá-la como um meio para adquirir algo de bom.

Mas, se entendemos que a cruz é a maior manifestação de Deus nas realidades visíveis, porque nela Deus foi transfigurado pelo homem (mais do que no monte Tabor) e que a cruz é o sofrimento em sua maior, mais opressiva e injusta forma, então devemos também perceber que a cruz é, por assim dizer, o animal de carga em que montou o Deus Onipotente para descer do lugar de sua morada, onde estava escondido desde a eternidade, e vir a nós para tomar-nos pela mão. Do ponto de vista físico, o sofrimento representa um obstáculo negativo e coercitivo mas, em sua essência espiritual, é incomparável movimento!

O homem permanece numa situação espiritual acomodada, incapaz de avançar no seu retorno a Deus com Cristo enquanto não carrega sua própria cruz. O sofrimento leva o homem ao interior do mistério da cruz, de modo que ele não permanece mais como um morto, mas é conduzido a Cristo, guiado e arrastado de sofrimento em sofrimento até atingir o Pai, apoiando-se à cruz, e sobre a cruz nós o seguimos para retornar ao Pai.

Cristo disse: Sem mim nada podeis fazer (Jo 15,5). Falou assim não porque tiranicamente tinha a intenção de humilhar a nossa vontade, nem porque nós sejamos incapazes de atingir o conhecimento; de fato, ele nos ensinou tudo aquilo que temos necessidade de conhecer. Disse isso porque somente ele, como Filho, tem em si mesmo o poder de dirigir-se a Deus Pai. Cristo inclui em si o poder de dois movimentos: o movimento de Deus em direção a nós e o nosso movimento em direção ao Pai. O primeiro é um movimento natural e essencial, cujo fundamento se encontra no mistério do amor de Deus pela sua criação. O segundo é adquirido através da cruz, através do sofrimento sacrifical preparado para sustentar a humanidade privada de vida e fazê-la reerguer-se porque ele é o Filho unigênito de Deus, consubstancial ao Pai e voltado para o Pai.

Cristo nos plenificou do mistério destes dois poderes: o poder do amor e o poder da cruz, do sofrimento. Quando acolhemos estes dois poderes, Cristo age em nós misticamente, de modo que podemos progredir por ele e com ele até chegar ao Pai - neste ponto, graças a estes dois poderes e em Cristo, se realiza o grande mistério da união com Deus.

Em Cristo, antes da encarnação e da cruz, o poder de ir ao Pai era natural, mas para levar a humanidade e conduzi-la até o Pai - a humanidade que estava morta - além de assumir a carne e tornar-se homem - ele teve de submeter-se ao sofrimento sacrifical, de modo a levar-nos até a presença do Pai. Deste modo Cristo, através da cruz, conquistou para nós um poder em vista do nosso bem, o que significa o poder de levar ao Pai a humanidade pecadora. Era justo que aquele, pelo qual e do qual existem todas as coisas, ao levar muitos filhos à glória tornasse perfeito, mediante o sofrimento, aquele que abriu a estrada de sua salvação (Hb 2,10).

*Publicação em ECCLESIA autorizada pelo Tradutor, Pe. José Artulino Besen.

«Foi Deus quem me escolheu» Pe. Jorge Chainiuk*


s nossas famílias ucranianas, tradicionalmente religiosas, sempre cultivaram o desejo de que alguém da família fosse padre. Quando os filhos são pequenos já se escolhe um para ser padre. No entanto, quando este filho resolve seguir um rumo diferente do sacerdócio, nos pais e, principalmente, nos avós, fica um sentimento de frustração, de decepção.

Na minha família não é nada diferente. Quando éramos pequenos diziam que eu e meu irmão seriam padres, e minhas irmãs, duas delas catequistas e uma «freira».

Aprendi com a vida que as previsões familiares muitas vezes não coincidem com os planos de Deus. E que Ele, como o Senhor de toda criação, conduz o mundo à sua maneira, misteriosa para nós criaturas humanas. Não conseguimos compreender como Ele rege o mundo porque comparamos o seu modo de administrar o universo à nossa maneira humana de reger e administrar as coisas.

Do mesmo modo não entendemos a vocação sacerdotal porque sempre pensamos que Deus simplesmente aceita aquele que se dispõe ser padre e pronto. Pensamos humanamente a pedagogia da escolha divina e por isso confundimos a ação divina com o querer humano. Tiramos do Senhor o mérito da escolha e o atribuímos a nós seres humanos. Tanto é que depois que me ordenei sacerdote, muitos vieram parabenizar-me por «eu ter escolhido servir a Deus». Outros comentavam o quanto deviam estar felizes e orgulhosos os meus pais por «eu ter decidido ser padre».

Eu não escolhi e não decidi ser padre. Foi Deus, o meu Senhor, que me escolheu. Eu somente disse «sim» ao seu chamado. Não era eu que queria ser sacerdote. Era Deus que queria que eu fosse. O meu irmão, meus primos e tantos outros da minha época, que inclusive estudaram em seminários, não foram escolhidos por Deus. Dentre todos eu fui o escolhido e incumbido de santificar o povo pelos sacramentos, bênçãos e orações e prepará-lo para o Senhor.

Todos que pensam que ser padre é uma questão de querer, se enganam. Não basta querer ser padre. Não basta decidir ser padre. Não basta gostar de rezar ou de estudar para ser padre. Tu podes querer; teus pais podem querer; a tua comunidade pode querer; mas se Deus não te escolher, tu não serás padre. E se por alguma exceção, sem ter sido escolhido por Deus, tu chegares a ser ordenado sacerdote, não conseguirás ir longe nesta sagrada missão.

Ninguém escolhe «ser padre». Os próprios discípulos foram escolhidos por Jesus. Não foram eles que escolheram Jesus. Jesus, o Senhor, os escolheu. Dizia Ele aos discípulos: «Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós e vos constituí para que vades e produzais fruto...» (Jo 15,16).

E o Senhor Jesus não tem tempo certo para fazer esta escolha, esta seleção. Ele escolhe onde quer e quando quer. Escolhe em diferentes fases da vida. Alguns são escolhidos já na vida adulta como foram os discípulos. Outros ele escolhe ainda no ventre da mãe, como é o caso do profeta Jeremias, para o qual o Senhor disse: «Antes que no seio fôsses formado, eu já te conhecia; antes do teu nascimento eu já te havia consagrado e te havia designado profeta das nações» (Jr 1,5).

A minha história vocacional revela-me que, assim como Jeremias, também eu fui escolhido desde o ventre materno. Porém, a resposta a este chamado eu consegui dar somente na minha juventude.

Não há idade certa para ser escolhido pelo Senhor, nosso Deus. Ele é que sabe o momento certo de chamar. Mas há um momento certo para dar uma resposta a este chamado, a esta escolha. Cabe ao escolhido saber discernir o chamado divino e responder convictamente: «fala Senhor; teu servo escuta» (1Sm. 3,10). Porque quando o Senhor põe a sua mão sobre alguém escolhendo-o, ele diz: «eu te chamo pelo nome, és meu (...) troco reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Estejas tranquilo, pois estou contigo» (Is 43,1;4;5).

Ele está comigo, está com cada vocacionado, com cada sacerdote. Por isso, aquele que é escolhido pelo Senhor, não precisa temer. É só dizer «sim» ao chamado Dele e entregar-se totalmente em suas mãos. Ele cuida dos seus escolhidos: «Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo, e os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá. Pois eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador» (Is 43,2-3). As águas poluídas da vida mundana não conseguirão submergir ou contaminar o escolhido por Deus. O fogo do pecado não queimará a graça santificadora e libertadora com a qual o Senhor reveste os seus escolhidos. Por que então ter medo de serví-lo? Por que ter medo de «ser precioso aos olhos de Deus» (Is 43,4)?

Eu não tenho medo de ser padre; não tenho medo do mundo pecador. O meu Senhor cuida de mim e me conduz. Por isso mesmo, o mal, o pecado não abalará a graça sacerdotal com a qual o Senhor me revestiu, com a qual ele selou a minha alma.

Com certeza, em nossa paróquia muitos são os homens que queriam ser padre, mas Deus não os escolheu. Por outro lado, muitos foram escolhidos por Ele, mas disseram não ao chamado. Ele respeitou a liberdade destes e enviou sobre eles as graças necessárias para que tivessem um vida abençoada e de uma realização humana e cristã.

Não queira, na sua família, que alguém seja padre na marra. Peça para que Deus escolha alguém da sua família para o sacerdócio. Se o Senhor não escolher é porque Ele tem outros planos para as vossas vidas.

Por outro lado, se alguém de sua família se sentir chamado por Deus, incentive-o; encoraje-o.

Fui escolhido pelo Senhor. Quando descobri esta escolha rezei para ser digno de tamanha graça. Fui incentivado e ajudado por uma multidão de vozes e braços amigos a me apoiar.

Deus me escolheu. Eu disse sim enquanto a família e toda a comunidade rezava por mim.


* Pe. Jorge Chainiuk é pároco da Igreja Ortodoxa Ucraniana da Santíssima Trindade na cidade de Canoas - RS

Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo



o trigésimo nono dia após a Páscoa o Oriente bizantino celebra, ao mesmo tempo, o encerramento ou conclusão da festa da Ressurreição de Jesus Cristo - da qual se retomam quase todos os textos litúrgicos - e a Pré-festa da Ascensão de Nosso Senhor.

Subiste glorioso ao céu, Cristo nosso Deus,
enchendo de júbilo os discípulos
com a promessa do Espírito Santo
e confirmando-os com a tua bênção,
pois tu és o Filho de Deus, o Redentor do mundo.

Tropário da festa (4º tom)

O triunfo do Salvador que, com o seu corpo glorificado, volta para o céu para sentar-se à direita do Pai, era celebrado em Jerusalém com grande solenidade desde a mais remota antiguidade. Encontramos testemunhos num fragmento de Eusébio († 325) e no relato vivaz da peregrina Etéria. O Monte das Oliveiras em Jerusalém, onde se realizou o evento, já de per si convidava a uma comemoração festiva, que bem cedo se estendeu às demais Igrejas.

O conteúdo da festa é sintetizado pelo kondákion que, juntamente com o tropário acima apresentado, será repetido por oito dias após a Ascensão.

Tendo cumprido o plano salvífico sobre nós,
e reunido as criaturas terrestres às celestes,
ascendeste ao céu em glória, Cristo nosso Deus,
sem contudo te afastares de nós,
mas permanecendo conosco clamas aos que te amam:
Eu estou convosco e ninguém prevalecerá contra vós!

Kondákion (6º tom)

Não obstante se trate de uma separação entre o Mestre e seus discípulos, os textos litúrgicos conservam o caráter alegre da festa, como neste:

...Tu que, na tua ascensão,
cumulaste de júbilo os apóstolos e a Mãe que te gerou,
faz-nos dignos também a nós da alegria de teus eleitos,
graças aos seus rogos e à tua grande misericórdia.

A Virgem Santíssima e os apóstolos estão bem visíveis no ícone da festa, que há mais de um milênio acompanha a celebração litúrgica da festa da Ascensão. Basta pensar que remontam ao século V e VI as assim chamadas «galhetas de Monza», que fazem parte do tesouro da catedral daquela cidade, e em cujo lado arredondado está pintado o evento da Ascensão semelhante ao que vemos pintado nos ícones dos séculos sucessivos até aos pintados em nossos dias. Vamos nos deter um pouco para examinar o ícone da Ascensão que atualmente se encontra exposto na Galeria Tretjakov de Moscou. No alto, inscrito num círculo com raios luminosos, a figura do Cristo em sua majestade; o círculo é sustentado por dois anjos. No registro inferior, separado inclusive por tufos de árvores de oliveira que emergem de um fundo rochoso, dois grupos de apóstolos para os quais «dois homens em brancas vestes» dirigem as palavras que encontramos nos Atos dos Apóstolos: «Homens da Galiléia, que estais aí a contemplar o céu? Esse Jesus, que vos foi arrebatado, virá do mesmo modo que para o céu o vistes partir» (1:11). A idéia da segunda vinda de Jesus se encontra no Próprio da Festa, inspirando uma súplica. Diz um kathisma:

Levado pelas nuvens do céu,
após ter deixado a paz aos habitantes da terra,
subiste ao céu e te sentaste à direita do Pai,
consubstancial a ele e ao Espírito;
mesmo tendo-te mostrado na carne,
de fato permaneceste sem mudança.
Por isso aguardas o cumprimento de cada coisa
para voltar à terra para julgar o mundo inteiro.
Justo juiz, Senhor, preserva as nossas almas
e concede aos teus servos o perdão dos pecados,
tu és Deus misericordioso.

Voltando a observar o ícone da festa, o que nos chama a atenção é a centralidade da Mãe de Deus, o destaque que os dois «em brancas vestes» lhe dão, separando-a ligeiramente dos apóstolos. Depois da subida ao céu de Jesus, Maria Santíssima toma-se o centro moral da Igreja, por ela tão bem representada num gesto de orante, com as mãos erguidas em sinal de súplica. E também nos textos litúrgicos bizantinos da festa da Ascensão a Virgem tem um destaque bem mais marcante em relação à liturgia ocidental. Um destes textos explica tal afirmação:

«... convinha de fato que aquela que, como Mãe, tinha sofrido mais que qualquer outro na tua paixão, fosse cumulada de alegria acima de qualquer outra alegria, na glorificação do teu corpo...»

Ademais, todas as Odes do Cânon terminam com uma prece mariana, o que não acontece nas demais festas maiores do Senhor. Por vezes é uma prece de súplica:

Imaculada Mãe de Deus,
intercede incessantemente junto do Deus
que de ti tomou carne
sem que se afastasse do seio do Pai,
para que salve de toda tentação os que criou.

(Ode primeira)

Ou então é uma exaltação:

Salve, Mãe de Deus,
Genitora de Cristo Deus:
hoje, ao ver subir com os anjos aquele que geraste,
tu o exaltas!

(Ode nona).

Outros temas poderiam se observar nos textos litúrgicos, mas nos limitaremos a dois. A missão terrena de Jesus, chegada ao seu cumprimento, se une à promessa de enviar o Espírito Santo.e mais vezes se reza: «...envia, Senhor, o teu santíssimo Espírito, que ilumina nossas almas.»

E no começo da Litia:

Subindo aos céus de onde vieste,
não nos deixes órfãos, Senhor;
desça sobre nós o teu Espírito,
portador de paz ao mundo;
contemplem os filhos dos mortais
as obras do teu poder, ó Amigo dos homens.

Enfim, devemos lembrar que o triunfo de Cristo é agora também o de seus seguidores para os quais ele foi «preparar um lugar» no seu Reino, aliás na unidade de seu Corpo místico também nós já fazemos a nossa entrada no céu. Isso é afirmado num hino do ofício matutino:

Tu que desceste dos céus à terra
e, como Deus, reergueste a estirpe de Adão
humilhada nos grilhões do Hades,
com a tua ascensão, ó Cristo,
faze-a subir ao céu
e sentar-se contigo no trono do teu Pai,
pois tu és compassivo e amigo dos homens.


Fonte:

«O ANO LITÚRGICO BIZANTINO»
Madre Maria Donadeo

A Grande Sexta-Feira Santa - Igreja Ortodoxa

este dia, não se celebra a Divina Liturgia em sinal de luto pela Morte e Sepultamento do Senhor. A Igreja nos recorda hoje a traição de Judas, a agonia no Monte das Oliveiras, a condenação de Jesus, a sua Crucifixão e o seu Sepultamento na espera da Ressurreição ao Terceiro Dia. Estas recordações estão distribuídas nos vários ofícios da Sexta-feira Santa, que são:

Ofício da Paixão - (que constitui o Orthros e é feito na Quinta-feira à noite. Nele lêem-se os 12 Evangelhos da Paixão e se representa a Crucifixão do Senhor.

— As Grandes Horas;

Ofício de Vésperas;

Ofício do Sepultamento do Senhor.

Matinas

«Ofício da Paixão»

Orações Iniciais

Diante das portas santas (fechadas) o diácono, com uma vela acesa na mão, exclama:
Diácono: Abençoa, Mestre!
Sacerdote: Bendito seja o Reino do Pai , do Filho e do Espírito Santo,
a todo momento agora e sempre e pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Leitor: Santo Deus , Santo Forte, Santo Imortal,
tem piedade de nós. (3 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Santíssima Trindade, tem piedade de nós;
Senhor, concede-nos a remissão de nossos pecados;
Mestre soberano, perdoa as nossas ofensas;
ó Santo, volta teu olhar para nós
e cura as nossas enfermidades pelo teu santo Nome.
Kyrie, eleison! (3 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Pai nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
venha a nós o teu reino,
seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores
e não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
Sacerdote: Pois teu é o reino, o poder e a glória,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Leitor: Kyrie, eleison! (12 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.

Ofício Real

Leitor: Vinde! Adoremos e prostremo-nos
diante de Deus, nosso Rei.
Vinde! Adoremos e prostremo-nos
diante de Cristo Deus, nosso Rei.
Vinde! Adoremos e prostremo-nos
diante de Cristo, nosso Rei e nosso Deus.
Salmos 20 e 21
O leitor canta os salmos 20 e 21, seguidos de:
Leitor: Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Tropários
Leitor: Salva, Senhor, o teu povo
e abençoa a tua herança!
Concede à tua Igreja a vitória sobre o mal
e guarda o teu povo pela tua Cruz.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Cristo Deus,
que voluntariamente foste suspenso à Cruz,
tem compaixão do povo que traz o teu Nome.
Alegra, pelo teu poder, a tua santa Igreja
dando-lhe a vitória sobre o mal.
Que tua aliança seja para nós
uma arma de paz e um troféu de vitória.
Agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Temível protetora, que não temes a confusão,
sê atenta a voz de nossa súplica,
ó bondosa e venerada Mãe de Deus;
consolida as nações ortodoxas,
salva aqueles que foram instituídos para governar
e, do alto do céu, concede-lhes a vitória,
pois tu deste à luz nosso Deus, ó Santíssima.
Súplica
Diácono: Tem piedade de nós, ó Deus, segundo a tua grande misericórdia,
nós te suplicamos, escuta-nos e tem piedade de nós.
Coro: Kyrie, eleison! (3 vezes, e assim a cada súplica)
Diácono: Oremos, pelo nosso santo pai o patriarca N. ... ,
pelo nosso metropolita N. ... , (arcebispo ou bispo),
e pela venerável ordem dos sacerdotes e dos diáconos em Cristo.
Oremos, pelos servos de Deus N. ... (os monges deste santo monastério)
os habitantes deste país, desta cidade e por todos os fiéis ortodoxos:
Sacerdote: Pois tu és um Deus bom e misericordioso,
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Hexapsalmo
Diácono: Em nome do Senhor, abençoa, Mestre!
Sacerdote: Gloria a Santíssima Consubstancial, Vivificante e Indivisível Trindade,
a todo momento, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Leitor: Glória a Deus no mais alto dos céus,
paz na terra e benevolência aos homens! (3 vezes)
Abre , Senhor, os meus lábios
e a minha boca proclamará o teu louvor. (2 vezes)
Salmos:
Enquanto o leitor canta ou recita os salmos 3, 38, 63, 88, 103 e 143, o sacerdote dirige para as portas santas e, parando diante delas, recita silenciosamente as orações:

Orações Matutinas

Primeira Oração
Sacerdote: Nós te damos graças, Senhor nosso Deus,
que nos fizeste levantar de nossos leitos
e colocaste em nossos lábios uma palavra de louvor,
de adoração e de invocação do teu santo Nome.
Nós te pedimos, pela benignidade com que tens cumulado a nossa vida,
envia teu auxílio sobre os que se apresentam diante da tua santa glória
e que esperam a tua abundante misericórdia,
e concede-lhes, a eles que te servem com temor e amor
e louvam a tua indescritível bondade.
Pois a Ti pertencem toda a glória, honra e adoração,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Segunda Oração
Sacerdote: De madrugada nossos corações se voltam para Ti,
porque teus mandamentos iluminam a terra.
Desejamos praticar a caridade e a santidade
vivendo em teu temor,
pois é a Ti que nós glorificamos,
tu, nosso Deus verdadeiro.
Ouve-nos e atende-nos,
lembra-te, Senhor, de todos aqueles que te fizeram súplicas,
de cada um por seu nome,
e atende-os por teu poder.
Salva o teu povo e abençoa a tua herança!
Dá a paz ao mundo que é teu, às tuas Igrejas,
aos teus servos e a todo teu povo.
Pois o teu bendito Nome é digno de toda honra e exaltação,
ó Pai , Filho e Espírito Santo, agora e sempre pelos séculos. Amém
Terceira Oração
Sacerdote: De madrugada nossos corações se voltam para Ti,
porque teus mandamentos iluminam a terra.
Ensina-nos, Senhor, a tua justiça,
os teus preceitos e os teus julgamentos;
ilumina os olhos de nosso entendimento,
e as trevas de nosso coração,
para que não adormeçamos em pecado.
Concede-nos a graça do sol de justiça;
protege a nossa vida dos ataques do mal,
pelo selo do teu Santo Espírito;
guia nossos passos no caminho da paz;
concede-nos ver com alegria a aurora deste dia,
para elevarmos a Ti as nossas orações matutinas.
Pois a Ti pertencem o reino, o poder, a força e a glória,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém
Quarta Oração
Sacerdote: Ó Deus, santo e inacessível,
que ordenaste à luz iluminar as trevas,
e nos concedeste, depois do repouso noturno
levantar-nos pela manhã para louvar tua bondade,
e comovidos, suplicar por tua grande misericórdia,
atende-nos, a nós que te clamamos,
em adoração e ação de graças,
e concede-nos o que te pedimos para a nossa salvação.
Torna-nos filhos da luz e do dia,
e herdeiros dos teus bens eternos.
Lembra-te, Senhor, em tua abundante compaixão,
do teu povo que reza conosco,
e de todos os nossos irmãos e irmãs,
que, em toda parte do mundo, estão sujeitos ao teu poder
e imploram por tua imensa misericórdia.
Atende-nos, Senhor, em teu grande amor pela humanidade,
para que, salvos da alma e do corpo,
possamos, livremente, louvar sem cessar,
o teu admirável e magnífico Nome,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Quinta Oração
Sacerdote: Pai Santo, Tesouro de bens,
Fonte inesgotável, Autor das coisas prodigiosas,
todo-poderoso e Mestre de todas as coisas,
Nós te adoramos e te pedimos,
apelando à tua piedade e compaixão,
o auxílio e o socorro da nossa miséria.
Lembra-te de nós, Senhor, que te suplicamos!
recebe a nossa oração matutina
como o incenso que se eleva diante de Ti
e concede que nenhum de nós seja excluído,
mas, protege-nos, por a tua compaixão.
Lembra-te, Senhor dos que vigiam e cantam à tua glória,
do teu Filho Único, nosso Deus e teu Espírito Santo.
Sê nosso amparo e nosso auxílio,
e recebe as nossas orações no teu altar celeste e espiritual.
Pois que tu és o nosso Deus e nós te damos glória,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém!
Sexta Oração
Sacerdote: Nós te damos graças, Senhor, Deus da nossa salvação,
por tudo o que fazes para o bem da nossa vida,
para que, sem cessar, nossos olhos estejam voltados para Ti,
Salvador e Benfeitor das nossas almas.
Pois concedeste-nos repousar durante a noite,
e despertaste-nos dos nossos leitos
para a adoração do teu Nome venerável.
Por isso te pedimos, Senhor,
concede-nos graça e força,
para que sejamos dignos de cantar sem cessar a tua honra,
com temor e tremor,
para a nossa própria salvação,
com o auxílio do teu Cristo.
Lembra-te, Senhor,
daqueles que ao nascer do dia clamam à Ti;
atende-os e tem piedade deles,
esmaga sob seus pés os inimigos invisíveis.
Pois que tu és o Rei da Paz e Salvador das nossas almas
e nós te damos glória, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém!
Sétima Oração
Sacerdote: Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
que nos fizeste levantar de nossos leitos
e que nos reuniste para a oração comum,
dá-nos a graça de abrirmos nossos lábios
e acolhe as nossas ações de graças;
ensina-nos a tua justiça,
pois não sabemos orar como deve ser,
se tu, Senhor, não nos ensinares pelo teu Espírito Santo.
Por isso te pedimos:
livra-nos, reabilita-nos, perdoa nossos pecados
cometidos por palavras, atos ou pensamentos,
voluntária ou involuntariamente.
Pois se tu expias as nossas iniqüidades, Senhor,
Senhor quem as pode manter?
Pois que é em Ti que está a nossa redenção.
Só Tu és Santo, Salvador e poderoso defensor da nossa vida
e para Ti se eleva o nosso cântico para sempre.
Que a força do teu reino seja bendita e glorificada,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Oitava Oração
Sacerdote: Senhor, nosso Deus,
que dissipaste em nós a indolência do sono,
e que nos fizeste ouvir teu santo chamamento
para que, durante a noite, elevássemos as mãos
para te honrar pelos teus justos julgamentos,
recebe os nossos pedidos, as nossas súplicas,
as nossas homenagens e adorações noturnas.
Concede-nos, ó Deus, uma fé sólida,
uma esperança firme e uma caridade não dissimulada;
abençoa as nossas entradas e saídas,
os nossos trabalhos e ações,
as nossas intenções e palavras,
e concede-nos chegar ao princípio do dia,
cantando e bendizendo a grandeza de tua bondade.
Pois teu santo Nome é bendito e teu Reino glorificado,
ó Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Nona Oração
Sacerdote: Ó Senhor, Deus de amor e bondade
faze brilhar em nossos corações
a luz incorruptível do teu conhecimento;
abre os olhos da nossa inteligência
para que possamos compreender
a mensagem do teu santo Evangelho.
Inspira, também, o temor aos teus mandamentos,
a fim de que, reprimindo os desejos da carne,
vivamos segundo o espírito,
orientando todos os nossos atos
de acordo com a tua vontade.
Pois Tu és a luz de nossas almas e de nossos corpos, ó Cristo Deus,
e nós te glorificamos, assim como ao teu eterno Pai
e ao teu santíssimo, bom e vivificante Espírito,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos.
Décima Oração
Sacerdote: Senhor nosso Deus,
que nos concedestes pela penitência
a remissão dos nossos pecados,
e que, como exemplo de reconhecimento
e confissão dos nossos pecados,
nos mostraste a penitência que fez o Profeta David
para obter o teu perdão,
Mestre, na tua grande misericórdia, tem piedade de nós
que caímos em numerosas e grandes faltas.
Por tua imensa compaixão,
dissipa as nossas iniqüidades
pois foi contra Ti que pecamos, Senhor,
Tu que conheces os recessos invisíveis
e ocultos do coração dos homens
e, somente tu, tens o poder de perdoar os pecados.
Depois de teres estabelecido em nós um coração puro
e de nos firmares pelo Espírito de força,
e de nos fazeres conhecer a alegria da tua salvação,
não nos afastes para longe da tua face,
mas torna-nos dignos, tu que és bom e amigo dos homens,
de te trazer, até nosso último suspiro,
um pão de justiça e uma oferenda sobre o teu santo altar.
Pela misericórdia e grande amor de teu Filho Unigênito,
com o qual és bendito, e com o teu santíssimo, bom e vivificante Espírito, agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém!
Décima-primeira Oração
Sacerdote: Senhor, nosso Deus,
que submeteste à tua vontade
os poderes espirituais e intelectuais do Universo,
nós te pedimos e suplicamos,
aceita os nossos cânticos,
pelos quais, nós e todas as criaturas
te glorificamos na medida da força,
e concede-nos, as graças abundantes da tua bondade.
Pois diante de Ti dobram os joelhos
os seres celestes, terrestres e infernais,
e toda a criatura canta à tua glória inacessível,
porque só Tu és um Deus Verdadeiro e rico em misericórdia.
Por isso todos os Poderes celestes te louvam
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém!
Décima-segunda Oração
Sacerdote: Nós te louvamos, nós te cantamos,
te bendizemos, te glorificamos, ó Deus de nossos pais,
por nos teres afastado a sombra da noite
e revelado de novo a luz do dia
e suplicamos à tua bondade:
concede a expiação dos nossos pecados,
e recebe a nossa oração
na tua imensa misericórdia,
pois em Ti nos refugiamos, ó Deus onipotente e piedoso.
Faze brilhar em nossos corações o verdadeiro sol da justiça;
ilumina o nosso entendimento
e conserva todos nossos sentidos
a fim de que, caminhando, como em pleno dia,
sob a luz dos teus mandamentos,
sejamos dignos da Luz inacessível.
e alcancemos a vida eterna,
pois em Ti está a fonte da vida.
Pois que tu és nosso Deus e nós te glorificamos,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém!
Concluída a recitação do salmo 104, o diácono, diante das portas santas, o Diácono canta a Grande Súplica da Paz. A cada pedido o coro responde cantando: “Kyrie, eleison!”
Grande Súplica da Paz
Diácono: Em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison! (e assim, a cada súplica)
Diácono: Pela paz que vem do alto e pela salvação de nossas almas,
oremos ao Senhor.
Pela paz do mundo inteiro, pela estabilidade da santa Igreja de Deus
e pela união de todos, oremos ao Senhor.
Por este santo templo e por todos que nele entram com fé,
devoção e temor de Deus, oremos ao Senhor.
Pelo nosso santo pai o patriarca N. ... ,
pelo nosso metropolita N. ... , (arcebispo ou bispo)
pela venerável ordem dos sacerdotes e dos diáconos em Cristo
e por todo o clero e o povo, oremos ao Senhor.
Pelo Brasil, nosso amado país, protegido por Deus,
seus governantes, forças armadas e por todo o seu povo,
oremos ao Senhor.
Por esta cidade, por todas as cidades e vilas
e pelos fiéis que nelas residem, oremos ao Senhor.
Pela salubridade do ar, pela abundância dos frutos da terra
e por tempos pacíficos, oremos ao Senhor.
Pelos viajantes, doentes, aflitos e cativos
e pela salvação de todos, oremos ao Senhor.
Para que sejamos livres de toda aflição,
ira, perigo e adversidade, oremos ao Senhor.
Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém
Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois a Ti se deve toda a glória, honra e adoração,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Meu espírito te desejou de noite, Ó Deus,
porque os teus juízos são luz sobre a terra.
Os que habitam este mundo, aprendei a justiça.
Vê-la-ão, porém, confundir-se-ão,
por causa do zelo que tens por teu povo;
e o fogo consumirá os teus adversários.
Envia-lhes a desventura, Senhor;
envia a desventura aos orgulhosos desta terra.
Tropário (8° tom)
Enquanto os gloriosos discípulos
eram iluminados no "lava-pés" na Última Ceia,
o ímpio Judas, apressado pela febre do dinheiro,
mergulhava-se nas trevas,
entregando-te aos juizes iníquos, Tu, o justo e bom Juiz .
Ó alma minha, se buscas o dinheiro,
vê onde se pendura aquele que o ama tanto;
afasta-te da avareza de Judas
que ousa tal perversidade e trai seu Mestre.
Glória a Ti, Senhor!
Tu que és bom para toda a humanidade. (três vezes)
Primeira Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, pela tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Porque teu é o Reino, o poder e a glória,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Sacerdote: Para que sejamos dignos de escutar o Santo Evangelho,
oremos ao Senhor nosso Deus.
Coro: Kyrie, eleison. (três vezes)
Primeiro Evangelho (Jo 13,31 - 18,1)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito.
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São João.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Primeira Antífona (8° tom)
Os príncipes das nações se unem
e conspiram contra o Senhor e contra o seu Cristo.
Eles proferem contra mim injustos propósitos;
Senhor, meu Deus, não me abandones.
Ofereçamos a Cristo a pureza de nosso coração
e, como seus amigos, imolemos nossa vida por Ele,
sem nos deixarmos sufocar, como Judas,
pelos cuidados desta vida,
mas, invoquemos em segredo o Senhor:
Pai Nosso que estás nos céus, livra-nos do mal!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó Maria, esposa e virgem, Mãe de Deus.
que permaneceste imaculada após o parto;
roga a Cristo nosso Deus pela nossa salvação!
Segunda Antífona (6° tom)
Judas correu a dizer aos ímpios escribas:
"quanto me pagareis, se vos entregar Jesus?"
E tu, de quem eles falavam,
estavas invisível no meio deles.
Senhor que lês nossos corações,
tem piedade de nós!
Com amor sirvamos ao Senhor,
tal como Maria na refeição,
não caiamos na avareza de Judas
e estaremos sempre com Cristo nosso Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Aquele a quem deste à luz de forma maravilhosa,
implora-lhe sem cessar, ó Virgem,
para que salve de todos o perigo
os fiéis que recorrem a Ti!
Terceira Antífona (2° tom)
Por causa da ressurreição de Lázaro, Senhor,
os filhos dos hebreus clamavam-te: Hosana!
Mas, Judas foi insensível a esta voz.
Na tua Última Ceia, ó Cristo nosso Deus,
disseste a teus discípulos:
-"um de vós irá me trair."
Mas, Judas foi insensível a esta voz.
Senhor, quando João te perguntava:
-"quem é aquele que irá te trair?"
Tu o designaste por um pedaço de pão.
Mas, Judas foi insensível a esta voz.
Senhor, por trinta denários e por um traiçoeiro beijo,
os ímpios decretaram a tua morte;
mas Judas foi insensível a esta voz.
Tu lavaste os pés a teus discípulos, ó Cristo nosso Deus,
dizendo: -"fazei como eu faço convosco".
Mas, Judas foi insensível a esta voz.
Tu disseste a teus discípulos, ó Cristo nosso Deus:
-"Vigiai e orai para não cairdes em tentação".
Mas, Judas foi insensível a esta voz.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Salva os teus servos de todo o perigo, ó Santa Mãe de Deus,
pois que, depois de Deus, és o nosso único socorro,
o nosso baluarte inabalável e nossa proteção!
Segunda Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, pela tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois tu és um Deus bom e amas a humanidade,
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Kathisma (7° tom)
Na tua ceia alimentavas teus discípulos,
e, conhecendo seu projeto de traição,
tentavas, mesmo assim, convencer Judas,
ainda que sabendo-o obstinado,
pois querias mostrar a todos
que te entregavas livremente
a fim de arrancares do mundo o inimigo.
Ó Senhor longânime, glória a Ti.
Segundo Evangelho (Jo 18, 1-28)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito.
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São João.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono: Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Quarta Antífona (5° tom)
Hoje Judas abandona o Senhor
para se juntar ao demônio,
cego pelo amor ao dinheiro,
deixa a Luz e mergulha nas trevas da noite.
Como, pois, poderia ver ainda, com claridade,
aquele que vendeu a Luz por trinta denários?
Mas por nós o Sol se levanta,
Aquele que sofreu pelo mundo.
Clamemos também a Ele, reconhecidos:
-"Tu que sofreste por amor a humanidade,
Senhor, glória a Ti!"
Hoje, Judas, fingindo a piedade,
torna-se estranho à graça
e o discípulo torna-se traidor;
com um beijo esconde a sua traição
e troca o amor do Senhor por trinta denários de prata,
fazendo-se guia do conselho dos ímpios.
Mas nós glorificamos a Cristo,
que nos traz a salvação.
(Tom 1) Amemo-nos com amor fraterno, como irmãos em Cristo;
não sejamos insensíveis aos sofrimentos do próximo,
a fim de não merecermos a mesma condenação
do servo impiedoso a quem deviam cem denários
e que, a exemplo de Judas,
não sejamos devorados de remorsos inúteis.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Em toda parte proclama-se a tua glória,
pois, deste à luz, na carne, o Criador do Universo,
ó Mãe de Deus e Virgem Maria,
toda digna dos nossos cânticos!
Quinta Antífona (6° tom)
O discípulo do Senhor, fingindo respeito,
vendeu por trinta denários o Mestre
que ele traiu com um beijo
e entregou aos ímpios para O fazer morrer.
Hoje o Criador do Universo diz a seus discípulos:
-"Chegou a minha hora,
eis que Judas se aproxima para me entregar,
mas quando me virdes na cruz entre dois ladrões,
que nenhum de vós me renegue,
pois, se sofro humanamente,
salvo, no meu amor, aqueles que crêem em mim".
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó Virgem, que concebeste de forma maravilhosa
e trouxeste ao mundo o teu próprio Criador,
salva os fiéis que te enaltecem!
Sexta Antífona (7° tom)
Hoje Judas vigia para trair e entregar
o Senhor anterior aos séculos e Salvador do mundo;
Aquele que, com cinco pães, alimentou uma multidão;
Neste dia o discípulo renega e trai,
Aquele que nos nutriu com o maná
e vende por dinheiro o seu próprio Mestre e Senhor.
Hoje os filhos de Israel pregam sobre o madeiro
Aquele que outrora, pela madeira, dividiu o mar,
o Senhor que os fez atravessar o deserto.
Hoje eles trespassam o lado
d'Aquele que, por eles, encheu o Egito de pragas;
Àquele que fez chover o maná,
eles deram a beber o amargo fel.
Quando caminhavas livremente para a Paixão,
dizias, Senhor, a teus discípulos:
-"Vós, que não pudestes vigiar uma hora comigo,
como afirmais poder morrer por Mim?
Vede Judas, o traidor, não dorme,
mas apressa-se em entregar-me aos ímpios.
Levantai-vos e orai para que ninguém me renegue,
quando me virem suspenso na cruz!"
Senhor, longânime, glória a Ti!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Rejubila, ó Mãe de Deus,
que trouxeste em teu seio
Aquele que os céus não podem conter;
rejubila, ó Virgem, de quem os Profetas anunciaram:
-"por ti o Emanuel brilhou sobre nós!"
Rejubila, ó Mãe de Cristo, nosso Deus!
Terceira Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois tu és nosso Deus e nós te glorificamos,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Kathisma (7° tom)
Por que motivo, Judas, traíste o Salvador?
Rejeitou-te do coro dos Apóstolos?
Privou-te do dom de curar?
Afastou-te da mesa comum?
Desdenhou-te de te lavar os pés?
Tu esqueceste de tantos benefícios
e a tua ingratidão é enorme;
mas nós proclamamos a paciência de Cristo
e o seu infinito amor pelo ser humano.
Terceiro Evangelho (Mt 26, 57-75)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito.
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Mateus.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono: Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Sétima Antífona (8° tom)
Tu declaraste, Senhor, aos ímpios
que puseram as mãos sobre Ti:
-"Vós feristes o Pastor e dispersastes as ovelhas;
em lugar dos meus doze discípulos,
poderia dispor de mais doze legiões de anjos para me assistirem,
mas sofro pacientemente para que sejam cumpridos
os mistérios que os meus profetas anunciaram.
Ó Senhor, glória a Ti!
Quando Pedro te negou três vezes,
compreendeu imediatamente a tua palavra
e, chorando amargamente, ofereceu-te o seu arrependimento!
Dá-me a tua graça, Senhor, e salva-me!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Tu és, ó Virgem Santa, a porta da salvação,
o jardim maravilhoso do paraíso
e a nuvem de luz sem fim:
nós te louvamos, dizendo-te: Ave!
Oitava Antífona (2° tom)
Dizei-nos, ó ímpios juizes,
que aprendeste vós do nosso Salvador?
Não cumpriu Ele a Lei e o ensinamento dos Profetas?
Como, pois, pudestes entregá-lo a Pilatos
o Filho e Verbo de Deus, o Salvador de nossas almas?
-"Que seja crucificado!"
Gritavam aqueles que encheste de benefícios;
e pediram que fosse libertado um criminoso
em lugar do seu Benfeitor;
e tu, ó Cristo, guardavas o silêncio
e suportavas os gritos destes assassinos de justos,
pois, sofrendo, querias salvar-nos no teu amor.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Como não ousamos nos dirigir,
por causa da imensidão de nossos pecados,
Àquele que nasceu de ti,
intercede por nós, ó Virgem Mãe de Deus,
pois a oração de uma mãe,
pode de obter a benevolência do Senhor;
Não desprezes, ó toda venerável,
as nossas súplicas de pecadores,
pois que é cheio de misericórdia e pode nos salvar,
Aquele que, por nós, aceitou sofrer na carne.
Nona Antífona (3° tom)
Fixaram em trinta denários o preço do Precioso,
que apreciaram os filhos de Israel.
-"Vigiai e orai para não cairdes em tentação,
pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca
e por isso deveis vigiar".
-"Deram-me fel por alimento
e vinagre, para saciar minha sede";
mas tu, Senhor, faz-me levantar
e dá-lhes o pagamento que merecem.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Todas as nações, nós te louvamos, ó Puríssima,
pois deste à luz, Cristo nosso Deus,
que nos liberta de toda a maldição!
Quarta Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, pela tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois tu és um Deus de Filantropo e misericordioso
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Kathisma (7° tom)
Ai! Como pode Judas, teu antigo discípulo,
meditar sua traição contra Ti?
Partilhando perfidamente tua refeição,
foi-se encontrar com os sumos sacerdotes, dizendo:
-"que me dareis para que vos entregue
aquele que transgride a lei e profana o Sábado?"
Senhor longânime, glória a Ti!
Quarto Evangelho (Jo 18,28 -19,16)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São João.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono: Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Décima Antífona (6° tom)
Aquele que se reveste de luz como de um manto,
apresentou-se despido diante dos seus juízes;
e recebeu bofetadas na face, das mãos que criou;
um povo injusto prega à cruz
o Deus de glória, o seu Senhor;
e o véu do templo se rasga em duas partes;
e o sol se cobre de trevas
para, de forma alguma, ver a humilhação do Criador,
diante de quem treme o Universo.
Prostremo-nos diante dele.
Enquanto o discípulo te renegava,
o ladrão clamava: - "lembra-te de mim, Senhor,
quando entrares no teu Reino!"
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Concede a paz ao mundo, Senhor,
tu que te dignaste encarnar-te na Virgem
para a salvação de teus servos,
a fim de que, te glorifiquemos a uma só voz.
Décima-primeira Antífona (6° tom)
Apesar dos benefícios com que os tinhas cumulado,
os filhos de Israel te condenaram à cruz
e deram-te a beber o vinagre e o fel,
mas tu, Senhor, perdoas-lhes o seu pecado,
pois não compreenderam a tua humilhação.
Além da traição, os filhos de Israel acrescentaram a zombaria,
os meneios de cabeça e o escárnio,
mas tu, Senhor, perdoas-lhes o seu pecado,
pois não sabiam o que faziam.
Nem a terra, ao tremer, nem os rochedos,
ao fenderem-se, puderam convencer os hebreus;
nem o véu do templo rasgado em dois,
nem os mortos ressuscitados,
mas tu, Senhor, perdoas-lhes o seu pecado,
pois não compreenderam a tua humilhação.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó Virgem Santa, Mãe de Deus, entre todas bendita,
nós reconhecemos Deus, nascido de tua carne,
e com incessantes hinos te engrandecemos!
Décima-segunda Antífona (8° tom)
- "Ó meu povo, que te fiz eu?" - Diz o Senhor,
- "em que te afligi?
Aos teus cegos dei a luz, purifiquei teus leprosos,
fiz erguer o paralítico do seu leito;
ó Meu povo, que te fiz eu?
O que me dás tu em troca?
pelo maná, o fel e pela água do rochedo, o vinagre;
pelo meu amor, pregaste-me à cruz.
Nunca mais serás o meu eleito;
chamarei as nações para me glorificarem
com o Pai e o Espírito,
e dar-lhes-ei a vida eterna".
Hoje o véu do templo rasga-se em dois
para pôr em confusão os ímpios,
e o sol esconde os seus raios,
vendo o Senhor sobre a cruz.
O coro dos apóstolos clama aos doutores da Lei:
- "Escribas e fariseus, vede o templo que destruístes;
vede o Cordeiro de Deus que crucificastes,
colocastes no túmulo seu corpo,
mas, no seu poder, Ele ressuscitou!
Foi Ele que, no Mar Vermelho, vos salvou
e que, no deserto, vos alimentou,
é Ele que dá a vida, a luz e a paz ao mundo!"
Glória ao pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Rejubila, Porta Santa do Rei da Glória,
que permaneces selada após a passagem do Senhor,
pois, só Ele lá passou, para a salvação das nossas almas!
Quinta Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois a majestade de teu Reino é bendita e glorificada,
ó Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Kathisma (8° tom)
Quando te apresentaste ante Caifás, ó meu Deus,
entregue a Pilatos, ó bondoso Juiz,
os poderes celestes tremeram assustados,
e foste suspenso na cruz, entre dois ladrões
posto entre criminosos, ó Senhor sem pecado.
Tu que salvas os homens, Senhor glória a Ti!
Quinto Evangelho (Mt 27, 3-32)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Mateus.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Décima-terceira Antífona (6° tom)
A turba enfurecida, Senhor,
exigiu de Pilatos que fosses crucificado
e não encontrando motivo de queixa contra Ti,
fez libertar Barrabás, o criminoso,
e condenar o inocente,
chamando a si o peso deste crime, dizendo:
- "Que seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!"
Aquele, diante de quem treme toda a Criação
e que toda a língua glorifica,
Cristo, Poder e Sabedoria de Deus,
foi espancado pelos sumos-sacerdotes,
que lhe deram de beber fel,
mas, no seu grande amor pelos homens,
aceitou sofrer para nos salvar, por seu próprio Sangue.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó Mãe de Deus, que deste à luz teu próprio Criador,
recebendo de forma inefável o Verbo;
roga junto dele pela nossa salvação!
Décima-quarta Antífona (8° tom)
Senhor, que por companheiro de viagem
tomaste o ladrão com as mãos sujas de sangue,
digna-te levar-nos também com ele,
na tua bondade e no teu amor pelos homens.
Sobre a cruz, poucas palavras disse o ladrão,
mas, sendo grande a sua fé,
num instante encontrou a salvação
e foi o primeiro a franquear as portas do Paraíso.
Senhor que aceitaste o seu arrependimento,
tem piedade de nós!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Rejubila, tu que pela voz do anjo
recebeste a alegria do universo,
rejubila, tu que deste à luz o teu Criador e Senhor,
rejubila, tu que foste digna
de ser a Mãe de Cristo, o nosso Deus.
Décima-quinta Antífona (6° tom)
Hoje está suspenso à cruz
Aquele que suspendeu a terra sobre as águas;
o Rei dos anjos é coroado com uma coroa de espinhos,
e Aquele que reveste o céu de nuvens
é vestido da púrpura de escárnio;
Aquele que no Jordão libertou Adão,
aceita os escarros e bofetadas;
o Esposo da Igreja é atravessado pelos cravos;
o Filho da Virgem é traspassado por uma lança.
Ó Cristo, nós adoramos a tua Paixão! (3 vezes)
Mostra-nos a tua Ressurreição!
Não celebremos esta Festa com fermento velho,
pois Cristo, nossa Páscoa é imolado por nós;
purifiquemo-nos de todo o pecado
e voltemo-nos a ele de coração sincero,
dizendo: -"Levanta-te, Senhor e salva-nos!"
A tua cruz, Senhor,
representa para o teu povo vida e ressurreição;
tendo depositado nela a nossa esperança, a Ti cantamos:
Ó nosso Deus ressuscitado, tem piedade de nós"!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Vendo-te crucificado, ó Cristo,
aquela que te trouxe ao mundo clamava:
- "Que mistério estranho contemplo, ó Meu Filho!
Como podes morrer sobre o madeiro,
crucificado na carne, tu, o Príncipe da Vida?"
Sexta Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois o teu Nome é bendito e o teu Reino glorificado,
ó Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Kathisma (4° tom)
Pelo teu precioso sangue
resgataste-nos da maldição da lei;
tendo sido pregado à cruz e traspassado pela lança,
tornaste-te para nós fonte de imortalidade;
Ó Salvador nosso, glória a Ti!
Sexto Evangelho (Mc 15, 16-32)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Marcos.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
As Bem-aventuranças (4° tom)
No teu Reino, lembra-te de nós, Senhor!
Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Por causa da árvore proibida,
Adão foi expulso do paraíso,
porém, por causa da árvore da cruz,
nele entrou o Ladrão;
porque o primeiro, provando do seu fruto,
desprezou o mandamento do Criador
e o segundo, partilhando da tua crucifixão,
confessou a tua divindade.
Lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino!
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Os ímpios compraram do discípulo o Autor da Lei
e apresentaram-no, como um criminoso,
ao julgamento de Pilatos, vociferando:
- "crucifica Aquele que, no deserto,
deu o maná a nossos pais!"
E nós, imitando o bom Ladrão, clamamos com fé:
lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino!
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Um povo injusto, revoltado contra Deus,
dirige-se a Pilatos e grita furiosamente,
- "Crucifica-o, crucifica o Cristo inocente!
Liberta antes a Barrabás!"
E nós, imitando o sábio Ladrão exclamamos como ele:
- "lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino!
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Tal como a fonte do éden, ó Cristo,
do teu lado vivificante jorrou a torrente
que rega a tua Igreja, paraíso místico,
dividindo-se, como antigamente, em quatro Evangelhos
que saciam a sede ao mundo
e rejubilam a Criação, trazendo a fé às nações,
que aprendem a adorar-te no teu Reino.
Bem-aventurados os obreiros da Paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Tu te deixaste crucificar para me salvar,
e fazer verter sobre mim a fonte do perdão,
teu lado foi traspassado,
para que jorrasse sobre mim a torrente da vida;
Tu te deixaste pregar à cruz
para que, vendo o abismo da tua Paixão
reconheça a grandeza de tua majestade e cante:
"Ó Cristo Fonte da Vida, glória a Ti
que, pela tua Paixão e Cruz, nos salvas!"
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos céus.
Toda a Criação treme, Ó Cristo, ao ver-te crucificado;
estremecem de pavor os fundamentos da terra;
os astros perdem o seu brilho,
o véu do templo rasga-se em dois,
as montanhas tremem e os rochedos fendem-se;
e nós, fiéis, clamamos-te com o bom Ladrão:
"Lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino.
Bem-aventurados sereis vós,
quando vos insultarem e vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias
contra vós por minha causa.
Rasgaste sobre a cruz, Senhor, a sentença contra nós;
e contado entre os mortos, acorrentaste o príncipe do Inferno,
libertando todos os homens dos laços da morte,
pela tua Ressurreição, cuja luz brilhou sobre nós.
Nós te clamamos, ó Senhor, amigo dos homens:
"Lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino.
Exultai e alegrai-vos,
porque será grande a vossa recompensa no Reino dos Céus.
Senhor, exaltado sobre a cruz,
tu esmagaste o poder da morte,
apagando a sentença de nossa condenação;
concede-nos, ó Cristo nosso Deus,
o arrependimento do Ladrão, aos teus servos fiéis,
para que possamos, com ele, te clamar:
"Lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Fiéis, glorifiquemos num só coração
o Pai , o Filho e o Espírito Santo,
invoquemos em três Pessoas
a Divindade Única, Indivisível, a Trindade Consubstancial,
que nos salve das chamas do castigo.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A tua Mãe, Senhor, deu-te à luz virginalmente
e virgem permaneceu após teu nascimento.
É ela que te apresentamos como intercessora
a rogar por nós junto de Ti;
concede, por sua oração o perdão dos pecados
para aqueles que não cessam de te clamar:
"Lembra-te de nós, ó Salvador, no teu Reino.
Sétima Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois Tu és um Deus bom e misericordioso,
e nós te glorificamos, ó Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Prokimenon (4° tom)
Leitor: Partilharam entre si as minhas vestes,
e sobre a minha túnica lançaram sorte.
Coro: Partilharam entre si as minhas vestes...
Leitor: Meu Deus, meu Deus, escuta-me!
Por que me abandonaste?
Coro: Partilharam entre si as minhas vestes...
Leitor: Partilharam entre si as minhas vestes...
Coro: e sobre a minha túnica lançaram sorte.
Sétimo Evangelho (Mt 27, 33-54)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Mateus.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Salmo 51
E o Leitor lê o salmo 51
Oitavo Evangelho (Lc 23, 32-49)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Lucas.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Ode 5 (6° tom)
Senhor, eu vigio diante de Ti,
que na tua misericórdia, te humilhaste até a Paixão,
sem sofrer alteração, ó Deus impassível,
concede-me tua paz, após a minha queda,
Senhor, no teu amor pelos homens.
Glória a Ti, ó nosso Deus, gloria a Ti!
Depois de teres lavado os pés dos teu discípulos,
purificados pela comunhão dos teus divinos Mistérios,
subiram contigo de Sião ao Monte das Oliveiras
e cantaram, Senhor, o teu amor pelos homens.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
- "Amigos, não vos deixeis assustar,
pois chegou a hora, em que Cristo será preso e morto pelos ímpios
e vós todos sereis dispersados, depois de me terem abandonado;
mas eu vos reunirei, para que possais proclamar
o meu amor pelos homens".
Katavasia - Hirmos
Senhor, eu vigio diante de Ti,
que, na tua misericórdia, ó Deus impassível,
te humilhaste, sem sofrer alteração,
até ao sofrimento da Paixão,
concede-me tua paz, após a minha queda,
Senhor, no teu amor pelos homens.
Oitava Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois Tu és o Rei da Paz e o Salvador das nossas almas
e nós te glorificamos, ó Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Kondakion (8° tom)
Vinde todos e cantemos,
Àquele que foi crucificado por nós!
A Mãe de Deus, vendo-o sobre a cruz, disse-Lhe:
Tu, que sofres tal morte,
és em verdade o meu Filho e o meu Deus!
Ikos
Vendo o seu Cordeiro conduzido à imolação,
A Virgem Mãe acompanhava-o com as outras mulheres e dizia:
- "Aonde vais tu, meu Filho,
e por quem apressas o passo?
É celebrada outra núpcias em Caná?
É para lá que te diriges para transformar a água em vinho?
Devo eu te acompanhar ou esperar, meu Filho?
Diga-me uma palavra, ó Verbo,
não passes por mim em silêncio!
Tu, a quem eu trouxe virginalmente a este mundo,
és, em verdade, o meu Filho e o meu Deus.
Sinaxário
Na Santa e Grande Sexta Feira, celebramos os santos sofrimentos que Jesus, Nosso Senhor, Deus e Salvador, suportou para a nossa salvação: os escarros, as bofetadas, a flagelação, os insultos, os escárnios, o manto de púrpura, a cana, a esponja, o vinagre, os pregos, a lança e, sobretudo, a cruz e a morte, que ele aceitou livremente para nos salvar; e nós acrescentamos-lhe a memória da confissão pela qual o bom Ladrão, crucificado com ele, encontrou a salvação sobre a cruz.
Ó Verbo do Deus Vivo,
hoje sobre a cruz, sofres a morte,
que é inacessível ao Deus da vida.
A chave do bom Ladrão abre o Paraíso:
"Senhor, lembra-te de mim no teu Reino".
Pela inefável Misericórdia com que nos cumulas,
ó Cristo nosso Deus, tem piedade de nós. Amém.
Ode 8
Os Jovens, na sua piedade,
desprezaram a estátua elevada contra Deus;
mas a orgulhosa assembléia dos ímpios
conspira contra o Cristo para levá-lo à morte
Aquele que tem nas mãos a nossa vida,
e que é bendito e glorificado por toda a Criação,
pelos séculos dos séculos.
Gloria a Ti, ó nosso Deus, glória a Ti!
- "Afastai de vossas pálpebras o sono",
dizia o Senhor aos seus discípulos,
- "vigiai e orai para não cairdes em tentação,
e tu, Simão, mais que todos!
Pois uma tentação mais dura espera o mais forte;
Pedro, Eu Sou aquele que é bendito e glorificado
por toda a Criação, pelos séculos dos séculos.
Gloria a Ti, ó nosso Deus, glória a Ti!
Pedro clamou! - "Mestre, jamais falarei contra Ti,
antes morrer como um valente
quando todos te renegarem;
pois não foi a carne nem o sangue,
mas, o teu Pai do Céu que me revelou
que és na verdade Aquele que é bendito e glorificado
por toda a Criação, pelos séculos dos séculos.
Bendigamos o Senhor,
Pai , Filho e Espírito Santo!
- "Homem, tu não sondaste as profundezas
da sapiência e da ciência de Deus;
tu não alcançaste o abismo
dos meus juízos!" - Diz o Senhor;
- "tu és carne, não te glorifiques,
pois negarás três vezes Aquele que é bendito e glorificado
por toda a Criação, pelos séculos dos séculos!
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
- "Simão, tu negas o que te disse o Senhor,
mas uma serva brevemente te mostrará;
à sua aproximação tu ficarás franzido de medo,
mas encontrarás, pelas lágrimas amargas,
o perdão daquele que é bendito e glorificado
por toda a Criação, pelos séculos dos séculos.
Louvemos e bendigamos o Senhor,
prostremo-nos diante dele!
Ode 9
Tu mais Venerável que os Querubins
e incomparavelmente mais gloriosa que os Serafins,
deste à luz o Verbo de Deus,
conservando intacta a glória da tua virgindade.
Nós te glorificamos, ó Mãe do nosso Deus!
O bando criminoso dos inimigos de Deus,
a assembléia perversa dos deicidas,
levanta-se contra Ti, ó Cristo
e, como a um malfeitor, ela arrasta para a morte
o Criador de todas as coisas, que nós exaltamos.
Ignorando a palavra da Lei e dos Profetas,
os ímpios ruminaram pensamentos vãos
e conduziram à imolação injusta, como a um cordeiro,
o Mestre de todas as coisas, que nós exaltamos.
Sob o impulso do seu ódio, que logo se voltará contra eles,
os sacerdotes e os escribas entregaram aos povos,
para ser elevado sobre a Cruz,
a Fonte de toda a vida, que nós exaltamos.
Eles te rodearam como uma matilha, ó meu Rei,
eles te bateram com um cetro de escárnio,
eles te interrogaram dando falsos testemunhos,
mas tu nos salvaste-nos, pela tua Santa Paixão.
Nona Pequena Súplica
Diácono: Ainda e sempre em paz, oremos ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Pois que os Poderes celestes cantam o teu louvor
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Exapostilário (3° tom)
Tu, Senhor, concedeste ao bom Ladrão,
ganhar, no último momento, o teu Reino
e julgaste-o digno do paraíso;
ilumina-me e salva-me, Senhor,
pela árvore da tua Cruz! (três vezes)
Nono Evangelho (Jo 19, 25-37)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São João.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Laudes
Leitor: Tudo o que respira louve o Senhor!
Louvai o Senhor no mais alto dos céus,
louvai-O nas alturas!
A Ti convém o louvor, ó Deus!
Louvai-O todos os seus, anjos,
louvai-O todos os seus exércitos!
A Ti convém o louvor, ó Deus!
O leitor lê os salmos 148, 149 e 150; neste último, intercalam-se quatro stikírios, segundo a seguinte ordem:
Salmo 150
Louvai a Deus em seu santuário,
louvai-O no seu majestoso firmamento!
Louvai-O pelos seus grandes feitos;
louvai-O por sua imensa grandeza!
Primeiro Stikeron
Israel, meu primogênito,
tu me traíste duas vezes;
rejeitaste a minha fonte de água viva
para escavares para ti um poço esburacado,
pregaste-me sobre a cruz
e reclamaste para a liberdade, Barrabás;
o céu ficou cheio de temor
e o sol escondeu os seus raios;
e tu, Israel, não te arrependeste,
mas, me entregaste à morte.
Leitor: Perdoa-lhes, Pai Santo,
porque eles não sabem o que fazem.
Louvai-O ao som da trombeta,
louvai-O com a harpa e a cítara!
Segundo Stikeron
Israel, meu primogênito... (ut supra)
Leitor: Louvai-O com o pandeiro e dança,
louvai-O com instrumento de corda e flautas!
Terceiro Stikeron
Tu sofreste, para a nossa salvação,
em todos os pontos da tua carne:
a tua cabeça, coberta de espinhos
e o teu rosto, coberto de escarros;
na tua face, bofetadas,
e nos teus lábios, o vinagre e o fel;
nos teus ouvidos, as ímpias blasfêmias,
nas tuas costas, a flagelação,
e na tua mão, a cana;
nos teus membros, os pregos,
e no teu lado, a lança que trespassou.
Tu que sofreste por nós
e nos libertaste das nossas paixões,
te humilhaste pelo teu amor por nós,
a fim de nos elevares contigo.
Ó Salvador, tem piedade de nós!
Leitor: Louvai-o com címbalos sonoros;
louvai-o com címbalos retumbantes.
Quarto Stikeron
Tu sofreste, para a nossa salvação... (ut supra)
Tudo o que respira louve o Senhor!
Louvai ao Senhor!
Ó Cristo, quando foste suspenso na cruz,
toda a Criação te viu e tremeu;
os fundamentos da terra foram abalados
tremendo diante da tua majestade;
o véu do templo rasgou-se em dois,
os sepulcros se abriram
e de seus túmulos levantaram-se os mortos;
o centurião se estremeceu à vista do milagre
e, de pé, junto a cruz, tua Mãe clamava, gemendo:
- "como poderei reter todas as lágrimas do meu coração,
vendo-te assim despido
e suspenso na cruz como um condenado?
Senhor, tu que foste crucificado, sepultado,
e ressuscitado dentre os mortos, glória a Ti!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. (6° tom)
Eles despiram minhas vestes
e me revestiram de púrpura,
puseram sobre minha cabeça
uma coroa de espinhos
e na mão uma cana,
para que os quebre como ao vaso do oleiro.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Entreguei o meu ombro aos golpes,
não desviei meu rosto dos escarros,
apresentei-me diante do tribunal de Pilatos
e padeci na cruz para salvar o mundo.
Décimo Evangelho (Mc 15, 43-47)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Marcos.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
A Grande Doxologia (Hino de Louvor ao Criador)
Leitor: Glória a Ti, ó Doador da luz!
Glória a Deus nas alturas,
paz na terra e benevolência aos homens!
Nós te louvamos,
nós te bendizemos,
nós te adoramos,
nós te glorificamos,
nós te damos graças
por tua imensa glória.
Senhor Deus, Rei dos céus,
Deus Pai Onipotente.
Senhor, Filho Unigênito, Jesus Cristo,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Tu, que tiras o pecado do mundo,
tem piedade de nós.
Tu, que tiras o pecado do mundo,
acolhe a nossa súplica.
Tu, que estás à direita do Pai,
tem piedade de nós.
Só Tu és Santo,
só Tu, o Senhor,
só Tu, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai. Amém!
A cada dia te bendigo louvando o teu Nome,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Ajuda-nos, Senhor,
a permanecer sem pecado neste dia.
Tu és bendito ó Senhor, Deus dos nossos pais;
e que o teu Nome seja louvado e glorificado para sempre.
Derrama sobre nós, ó Senhor, a tua misericórdia,
porque Tu és a nossa esperança.
Tu és bendito ó Senhor,
ensina-me teus mandamentos.
Tu és bendito ó Mestre,
ensina-me teus mandamentos.
Tu és bendito ó Santo,
ensina-me teus mandamentos.
Tu és o nosso eterno refúgio, ó Senhor,
de geração em geração.
Eu disse: Senhor, tem piedade de mim!
Cura a minha alma porque pequei perante Ti.
Em Ti, Senhor, eu me refugio;
ensina-me a fazer a tua vontade,
pois Tu és meu Deus.
Porque em Ti está a fonte da vida;
na tua luz vemos a luz.
Estende a tua misericórdia
sobre todos os que te confessam.
Santo Deus, Santo poderoso, Santo imortal,
tem piedade de nós. (3 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Litania de Súplica
Diácono: Completemos a nossa oração matutina ao Senhor!
Coro: Kyrie, eleison!
Diácono: Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós
e conserva-nos, ó Deus, com a tua graça.
Coro: Amém.
Diácono: Que todo este dia seja perfeito, santo,
pacífico e sem pecado, supliquemos ao Senhor.
Coro: Concede, ó Senhor! (e assim a cada súplica)
Diácono: Um Anjo de paz, guia fiel e guarda de nossas almas
e de nossos corpos, supliquemos ao Senhor.
O perdão e a remissão de nossos pecados e culpas,
supliquemos ao Senhor.
Tudo o que é bom e proveitoso às nossas almas
e a paz para o mundo, supliquemos ao Senhor.
A graça de passarmos o restante de nossas vidas
na paz e na penitência, supliquemos ao Senhor.
Um fim de vida cristão, pacífico, sem dor, irrepreensível,
e uma sentença favorável no temível tribunal de Cristo,
supliquemos ao Senhor.
Diácono: Comemorando a nossa santíssima, puríssima,
bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus
e sempre Virgem Maria e todos os santos,
recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros,
e toda a nossa vida, a Cristo nosso Deus.
Coro: A Ti, Senhor!
Sacerdote: Porque Tu és um Deus bom e amas a humanidade,
e nós te glorificamos ó Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Sacerdote: A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Sacerdote: Inclinemos nossas cabeças diante o Senhor!
Coro: A Ti, Senhor!
Oração de Inclinação
Sacerdote: Senhor, Santo, que habitas no mais alto dos céus
e não desprezas os humildes,
mas, com o teu olhar onipresente,
cuidas de toda a criatura;
nós nos inclinamos, com alma e o corpo, diante de Ti
e te imploramos, ó Santo dos santos,
da tua santa morada, estende a tua mão invisível,
e concede a todos à tua bênção.
Se pecamos, consciente ou inconscientemente,
perdoa-nos, ó Deus bom e amigo do homem
e concede-nos os teus bens terrestres e celestes.
Pois a Ti pertencem a misericórdia e a salvação,
ó Cristo nosso Deus e nós te glorificamos,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Décimo-primeiro Evangelho (Jo 19, 38-42)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São João.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Apostikon (1° tom)
Toda a Criação tremeu de terror, ó Cristo,
vendo-te suspenso na cruz, o sol escureceu
e os fundamentos da terra foram abalados;
o Universo une-se no sofrimento ao Criador.
Senhor, que quiseste sofrer por nós, glória a Ti!
(2° tom) Dividiram entre si as minhas vestes,
e sobre a minha túnica lançaram sorte.
Por que conspirar contra o Cristo?
Por que condenar à morte, a Vida do universo?
Maravilha, na verdade:
o Criador do mundo é entregue nas mãos dos ímpios,
o amigo dos homens é suspenso na cruz
para livrar os cativos que lhe clamam do Inferno:
Senhor, longânime, glória a Ti!
Deram-me fel por alimento,
e na minha sede deram-me a beber vinagre.
Hoje a Virgem Puríssima,
vendo-te sobre a cruz, ó Verbo,
sofre no seu coração maternal,
chorando amargamente,
gemendo do fundo da alma
e clamando-te na sua dor:
- "Ai, Divino Filho, Luz do Universo,
como deixaste tu os meus olhos, Cordeiro de Deus?"
E os anjos nos céus tremeram assustados, dizendo:
- "Senhor, a quem o Universo não pode conter, glória a Ti!
Deus é nosso Rei desde a eternidade,
Ele opera a salvação no meio da terra.
Ó Cristo, vendo-te suspenso na Cruz,
a Ti, o Divino Criador do Universo,
a Virgem Mãe clama amargamente:
- "Ó meu Filho, onde está a tua beleza?
Quanto sofro, vendo-te injustamente crucificado?
Apressa-te, pois, em te levantar,
para que eu possa contemplar
a tua Ressurreição ao terceiro dia.
(8° tom) Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Senhor, quando foste suspenso à cruz,
temor e tremor abalaram a Criação,
mas tu impediste a terra
de engolir os que te crucificaram;
deste ao inferno ordem de libertar seus cativos
para que os mortais voltem à vida.
Tu, que julgas os vivos e os mortos,
não é a morte, mas a vida que nos ofereces:
Senhor, amigo dos homens, glória a Ti!
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Já está proclamada a sentença dos juízes iníquos
e o veredicto proferido: "Jesus é condenado à cruz";
a Criação geme, vendo o Senhor crucificado.
Tu, que no teu corpo sofreste pelos meus pecados,
Senhor de bondade, glória a Ti!
Décimo-segundo Evangelho (Mt 27, 62-66)
Diácono: Sabedoria!
Sacerdote: Elevemo-nos para escutar o santo Evangelho.
A paz seja convosco!
Coro: E com o teu espírito!
Diácono: Leitura do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
segundo o evangelista São Mateus.
Coro: Glória a tua Paixão , Senhor, glória a Ti!
Diácono Estejamos atentos!
Ao final do Evangelho todos respondem cantando:
Coro: Glória a tua longanimidade , Senhor, glória a Ti!
Trisagion e Pai-Nosso
Coro: Santo Deus , Santo Forte, Santo Imortal,
tem piedade de nós. (3 vezes)
(ou, em grego)
Ágios o Theós , Ágios Ischirós,
Ágios Athánatos, eleison imás. (três vezes)
Leitor: Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.
Santíssima Trindade, tem piedade de nós;
Senhor, concede-nos a remissão de nossos pecados;
Mestre soberano, perdoa as nossas ofensas;
ó Santo, volta teu olhar para nós
e cura nossas doenças, pelo teu santo nome.
Kyrie, eleison! (3 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
Pai nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
venha a nós o teu reino,
seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
perdoa-nos as nossas dívidas
assim como nós perdoamos aos nossos devedores
e não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
Sacerdote: Pois teu é o Reino, o Poder e a Glória,
Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Tropário (4° tom)
Pelo teu precioso Sangue,
resgataste-nos da maldição da lei,
tendo sido pregado à Cruz e traspassado pela lança,
tornaste-te para nós fonte de imortalidade;
ó Salvador nosso, glória a Ti!
Grande e Insistente Súplica
Sacerdote: Digamos todos, com toda nossa alma
e de todo nosso espírito, digamos:
Coro: Kyrie, eleison!
Sacerdote: Senhor Todo-poderoso, Deus de nossos pais,
nós te pedimos: escuta-nos e tem piedade de nós.
Coro: Kyrie, eleison!
Sacerdote: Tem piedade de nós, ó Deus, segundo a tua grande misericórdia;
nós te suplicamos: escuta-nos e tem piedade de nós.
Coro: Kyrie, eleison! (três vezes, e assim a cada súplica)
Oremos ainda pelo nosso santo pai, o patriarca N. ...,
pelo nosso metropolita N. ... (arcebispo, ou bispo),
pelos sacerdotes, diáconos, monges, religiosos,
e por todos os nossos irmãos e irmãs em Cristo.
Oremos ainda pelo Brasil, nosso amado país protegido por Deus,
seus governantes e Força de Segurança.
Oremos ainda pelos fundadores deste santo templo,
pelos nossos pais e irmãos falecidos que, fiéis à verdadeira fé,
repousam piedosamente aqui e em toda parte do mundo.
Oremos ainda implorando misericórdia, vida, paz, saúde,
salvação e visita divina aos servos de Deus N. ... ,
e pelo perdão e a remissão dos seus pecados.
Oremos ainda pelos benfeitores desta santa e venerável Igreja,
pelos que nela se afadigam e cantam e por este povo aqui presente
que espera de Ti a grande e abundante misericórdia.
E, em voz baixa, o sacerdote reza a oração da Súplica Insistente:
Escuta-nos, ó Deus, Salvador nosso,
esperança de todos os que confiam em Ti,
acolhe esta fervorosa súplica,
e tem piedade de nós, os teus servos
segundo a grandeza de tua bondade.
Derrama tua compaixão sobre todo o teu povo,
que espera de Ti a infinita misericórdia.
E, elevando a voz:
Pois, Tu és um Deus bom e misericordioso
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos.
Coro: Amém.
Orações Finais
Diácono: Sabedoria! Abençoa Mestre!
Sacerdote: Bendito seja Cristo nosso Deus,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos.
Coro: Amem. Consolida, ó Cristo Deus, a santa Fé Ortodoxa,
e todos os cristãos ortodoxos, pelos séculos dos séculos.
Sacerdote: Santíssima Mãe de Deus, intercede por todos nós!
Coro: Mais venerável que os Querubins
e incomparavelmente mais gloriosa que os serafins,
deste à luz o Verbo de Deus,
conservando intacta a glória da tua virgindade.
Nós te glorificamos, ó Mãe do nosso Deus!
Sacerdote: Glória a Ti, ó Cristo Deus,
esperança nossa, glória a Ti!
Coro: Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Kyrie, eléison! (3 vezes)
Padre, abençoa-nos!
Sacerdote Ó Cristo nosso verdadeiro Deus,
que por nós e para a nossa salvação,
te dignaste suportar os escarros, as bofetadas,
os escárnios, a cruz e a morte,
pela intercessão de tua puríssima Mãe,
a Bem-aventurada e sempre Virgem Maria,
pela virtude da preciosa e vivificante Cruz,
do santo e glorioso profeta e precursor João Batista,
dos santos, célebres e ilustres apóstolos,
dos santos, gloriosos e vitoriosos mártires,
dos santos e justos avós do Senhor, Joaquim e Ana,
de S. N. ... , (titular da igreja ou da comunidade) e de todos os santos,
tem piedade de nós õ Filantropo, e salva-nos;!
Coro: Amém.

Adaptação e edição: Pe. André Sperandio.

http://www.ecclesia.com.br/Biblioteca/liturgia/a_grande_sexta_feira_santa.html